Uma pequena amostra da ação sísmica no já combalido Haiti
O terremoto de 7,3 graus Richter pegou em cheio a nação mais pobre das Américas e uma das mais miseráveis do mundo.
Não poupou sequer a sede do governo, reduzida a ruínas. Causou perdas difíceis de serem avaliadas, devido à precariedade das comunicações no país, mesmo em tempos normais. Matou por volta de 30 mil pessoas, talvez mais. Alguns falam em mais de 100 mil. Entre eles, funcionários da ONU e muitos soldados, inclusive vários brasileiros.
Vitimou inclusive uma grande brasileira, Zilda Arns (1934-2010), fundadora da Pastoral da Criança. Ela estava a serviço para amenizar o sofrimento de milhares de pessoas, assoladas pela miséria, fome, guerras civis e falta de quaisquer meios de sobrevivência.
Este é mais um capítulo da história do Haiti, um dos primeiros países americanos a conseguir a independência (1804), graças aos colaboradores do herói nacional Toussaint (1743-1803), general negro, ex-escravo, que derrotou as forças francesas. Pouco depois da independência, o Haiti jamais conheceu um governo decente, sempre a alternar ditaduras sangrentas com a mais pura anarquia. Um terreno desfavorável para a melhoria das condições de vida de uma população de maioria negra, descendente de ex-escravos africanos.
Mesmo antes do terremoto, o país antilhano estava privado de qualquer condição de se manter. Não havia infra-estrutura. O governo do país precisava dividir o poder com criminosos e guerrilheiros. Forças da ONU tentavam dar um mínimo de ordem na anarquia reinante, e entre os soldados estavam vários brasileiros. Ser alfabetizado ou ter emprego formal, por lá, é um privilégio. A miséria assolava a maioria da população.
Com tamanho desastre natural, qualquer aposta sobre o futuro do Haiti é pura especulação. No momento, o que os demais países podem fazer é dar assistência aos sobreviventes. O resto, só Deus sabe.
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