Estamos mal acostumados a uma justiça falha, lenta, leniente com os criminosos ricos e hipocritamente severa com os praticantes de pequenos delitos, como furtos de alimentos. Contudo, deve-se reconhecer uma ligeira melhora.
Os emblemáticos casos do menino Henry, brutalmente assassinado em março, e dos 242 mortos no incêndio da boate Kiss, ocorrido em janeiro de 2013, recebem a devida cobertura da imprensa. Descontados eventuais exageros, a mídia está contribuindo para não haver impunidade para os culpados.
Também é preciso lembrar das apurações de corrupção, que ganharam consistência após o caso do Mensalão petista e os desmandos do governo de Eduardo Azeredo em Minas Gerais e de Sérgio Cabral Filho no Rio de Janeiro. O "Quadrilhão" foi de tal forma escandaloso que abalou a nossa tolerância com os desvios de dinheiro. Infelizmente, os erros cometidos pelas operações da Polícia Federal, não só a Lava Jato, mas também a Satiagraha (de 2009), e também o fortíssimo interesse de certos grupos em manter a impunidade nestes casos estão estragando o legado.
Estamos nos acostumando a sermos menos complacentes com a falta de ética e de observância às leis, mas ainda há um longo caminho para chegarmos ao patamar dos países onde a Justiça realmente funciona, como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e boa parte dos países europeus e asiáticos.
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