sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Basta um homem para pacificar o mundo?

Desde o início recente de seu novo mandato, o presidente americano Donald Trump está agindo de uma forma aparentemente incompatível para um senhor de 78 anos, pouco menos idoso em relação ao anterior, lembrado pelas atitudes aparentemente senis. 

Trump prometeu ser um "pacificador" do mundo, em seu primeiro discurso como atual presidente (canal NDTV/Youtube)

Ele quer pressa para pacificar as duas regiões mais conflituosas do mundo. onde os interesses da águia estão envolvidos: a Ucrânia e o Oriente Médio. A pretexto de ser o mais realista possível e evitar alimentar ilusões, Trump conversa com o lado mais forte, deixando o mais fraco em segundo plano. Ou seja, Israel e Rússia contra os palestinos e a Ucrânia. 

Suas soluções parecem assustar até os outrora mais entusiastas do magnata. Em Gaza, exterminar o grupo terrorista Hamas, que tiraniza o lugar, mas também praticamente causar uma diáspora palestina, dispersando a população em outros países árabes, enquanto reconstroi o pequeno território para depois ser anexado a Israel. Na Ucrânia, forçar o país a abrir-se mais à mineração das empresas americanas sem uma contrapartida militar para proteção do território, e fora da OTAN, cuja existência também é posta em dúvida. 

Há muitas conjeturas e especulações sobre essa nova política do "big stick", agora bem maior e mais ameaçadora em relação ao "porrete" de Theodore Roosevelt, o outro presidente que impulsionou a política externa dos Estados Unidos e a tornou a grande ave de rapina defensora dos interesses da potência então emergente mesmo derrubando governos e violando a soberania de outros países. A atuação trumpista foi comentada por analistas políticos e influenciadores como o russo Alexander Dugin, apontado como o "guru" do dirigente russo Vladimir Putin. Se todo este pessoal está certo ou errado, o futuro vai dizer, e o tom promete ser explosivo e impetuoso, como as ações de Donald Trump.

Mas bastará Trump para pacificar um mundo predestinado a ter conflitos e derramamento de sangue em toda a parte? Não é só no Leste Europeu e na sua região vizinha, a Ásia Ocidental, mas também em várias partes da África, como o Sudão sob guerra civil, a Nigéria ameaçada pelo Boko Haram e o Congo ameaçado de se desintegrar com a ativa presença de Ruanda. A imprensa não destacou nada sobre uma possível intervenção de Trump nessas áreas, pois o continente africano não é visto como prioridade para os Estados Unidos. Também não se divulga com tanta frequência a respeito de regiões com potencial de conflito capaz de mudar a geografia do planeta, como a Venezuela ou Taiwan. Talvez o presidente americano tenha tempo de resolver tudo isso posteriormente, mas isso seria respaldar a opinião de algumas vozes que ousam discordar dele, apontando-o como o "imperador do mundo", como o presidente do Brasil, Lula. 

De toda forma, Trump poderá mudar muita coisa no mundo, mesmo se fracassar em ser o grande pacificador. 


N. do A.: Enquanto isso, no Brasil, o governo Lula é cada vez mais questionado, não conseguindo calar as vozes discordantes mesmo em seu esforço para neutralizar Jair Bolsonaro. As revelações sobre o hipotético golpe não encontram respaldo nem em parte da imprensa, notavelmente inimiga do governo anterior e, até agora, aliada do atual. E existem muitos rumores sobre ações de Trump para retaliar Alexandre de Moraes, acusado de ser o principal sustentáculo do Executivo, mesmo sendo ele um membro de outro Poder, o Judiciário, com suas decisões contra lideranças e influências vinculadas ao bolsonarismo. 

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