terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

A que ponto chegamos!

Nosso cafezinho tradiconal, tão brasileiro, está ameaçado por produtos de qualidade para lá de questionável. 

Ultimamente encontramos esses tais produtos, identificados como "bebidas sabor café", pejorativamente conhecidos nas redes sociais como "cafake". 

Cuidado com os cafés "baratos que saem caros" (Divulgação)

Eles já estão há anos no mercado, mas ganharam destaque devido à alta no preço do café, de escandalosos 39,60% em doze meses. Exportam-se os produtos de melhor qualidade, deixando o resto para a população. O café "tradicional" já é motivo de críticas, por ser feito a partir de sementes excessivamente torradas em parte para satisfazer o gosto local, mas também para mascarar a má qualidade do produto, obtido muitas vezes a partir do Coffea robusta, enquanto o arabica, mais conhecido, é o padrão. 

Já os "cafakes" utilizam todo tipo de substância misturada às sementes e à polpa dos frutos. Torram-se caules, folhas e cascas, e até partes de outras plantas. Também há suspeita de usar milho e outros meios de adulteração, como ocorre com muitas marcas de café "comum". 

Uma das marcas de "cafake", a Oficial, é comercializada há 32 anos segundo a Master Brands, sua fabricante. Apesar de alegar que a embalagem é bem clara na identificação da tal "bebida sabor café", ela ainda induz consumidores incautos ao erro, pois nem todos prestam atenção nos detalhes das embalagens. 

Estas iniciativas podem prejudicar ainda mais a imagem do café brasileiro, já há muito tempo desgastada. Já se foi o tempo de se orgulhar em ter plantações do Coffea arabica a perder de vista, enriquecendo alguns "barões" na República Velha. Estamos na Nova República, onde não há mais nada definindo fielmente o Brasil. Futebol? Samba? Café? Talvez devêssemos abandonar essas simplificações da cultura de um país, com base em estereótipos, mas sem deixar de nos preocuparmos em produzir essas coisas com um mínimo de qualidade. 

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