segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

No caminho de Kyoto


A conferência de Copenhague sobre o clima mostra o quanto está difícil fazer um acordo ambiental quando interesses de grandes corporações e de potências poluidoras estão envolvidos.

Não dá para ficar muito otimista com os rumos tomados. Os países emergentes, que também precisam fazer algo para poluir menos, atribuem a culpa exclusivamente aos países ricos. Por outro lado, os países ricos fazem propostas algo vagas para diminuir a sua cota de poluição enquanto não poupam acusações contra países como o Brasil, que desmata demais.

Os maiores poluidores, os EUA e a China, são também os maiores entraves ao avanço das negociações.

Enquanto isso, sente-se já os efeitos do aquecimento global. O clima parece estar enlouquecendo. Seca na amazônia, tempestades frequentes no Centro-Sul, aparecimento de tornados e furacões em Santa Catarina, só para citar alguns exemplos, e no nosso país. O risco de desaparecimento de países também é cada vez maior, mas os maiores poluidores nem ligam muito para eles porque os consideram nações pequenas e "sem importância", como Tuvalu e Nauru, no Pacífico, e Maldivas, no Índico.

E as perdas nas colheitas, então? Sem estações definidas, com excesso de chuvas ou de seca, não há plantações que vinguem. Aumentará o risco de fome no mundo, enquanto o preço dos alimentos quase certamente irá subir, com queda de qualidade. Nem mesmo os "transgênicos" poderão resistir a variações tão atrozes no clima.

Esta conferência, apelidada de COP15, está seguindo o mesmo caminho de Kyoto, em 1997, com intenções modestas e pouco equilíbrio entre a vontade de preservar a saúde do planeta e a necessidade de expandir a economia.

Não é só o destino dos ursos polares e dos pinguins que está em jogo. Se não fizermos algo urgente pela despoluição do planeta, selaremos a sorte de toda a vida na Terra. Da humanidade, inclusive.

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