sábado, 12 de fevereiro de 2011

Data histórica para o mundo


Ontem foi a queda do presidente do Egito Hosni Mubarak, um dos vários autocratas corruptos e opressores do continente africano e do mundo árabe.

Os manifestantes, salvo uma minoria que saqueou sítios arqueológicos e atreveu-se a atirar coquetéis Molotov perto do Museu do Cairo, protestaram pacificamente por 18 dias. Enquanto isso, o governo egípcio aplicou todos os métodos conhecidos das ditaduras: violenta repressão, censura à imprensa e à Internet, perseguição aos jornalistas, prisões arbitrárias. Contudo, a guerra terminou, e a ditadura perdeu. O povo egípcio venceu. 

Mubarak fugiu do país e deixou o governo nas mãos do Ministro da Defesa, marechal Mohamed Hussein Tantawi, para fazer uma espécie de ditadura tampão até as prometidas eleições em setembro. Não há nada garantido ainda, enquanto as eleições não forem mesmo feitas no Egito. 

Enquanto isso, os outros regimes de força, tanto no Oriente Médio quanto na África, também são motivo de protesto de seu povo: Iêmen, Mauritânia, Argélia, Jordânia, e também a Costa do Marfim, onde o presidente Laurent Gbagbo reluta em sair do poder enquanto o país está à beira de uma guerra civil, provocada por sua teimosia em não reconhecer o novo governo eleito. 

Teme-se, também, o fortalecimento do extremismo islâmico, ainda mais num país considerado aliado de Israel desde os acordos de Camp David, quando o Egito era governado por Anwar Sadat, assassinado em 1981 e sucedido por Mubarak. Tanto Israel quanto o líder da Autoridade Palestina vêem a queda do ditador com preocupação, enquanto os EUA, outrora parceiros do ex-'faraó', hesitaram em tomar posição e agora pregam uma transição pacífica e sem violência. 

O mundo agora tem menos ditaduras. Por enquanto.

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