terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quando telefonar é perigoso

Cuidado com programas do tipo: 

"Adivinhe o nome da palavra e ganhe tal quantia em dinheiro". 
"Os primeiros 10 que ligarem vão adquirir este produto pelo preço tal"

Isso é uma típica manobra de programas para ganhar dinheiro à custa dos outros. O sujeito liga para um desses telefones que aparecem indicados pelos apresentadores, passa vários minutos na linha e no final não consegue nada. Nem concorrer ao tal prêmio, e nem mesmo conseguir o tal aparelho maravilhoso anunciado. O que consegue é ficar mais pobre ainda! 

Estes programas são facilmente encontrados nas emissoras de menor audiência, como a RedeTV! e a CNT-Gazeta; Elas precisam ganhar dinheiro para se manterem no ar, afinal ninguém trabalha de graça. Porém, quando não se consegue arrecadar com o patrocínio das empresas e com o ibope dos programas, elas lançam mão desse tipo de recurso. Acabam por filiar-se a empresas prestadoras de serviço, muitas delas sem o devido registro. Ou seja, malandragem pura e simples.

Em alguns programas, um mulherão com voz suave é a isca para os incautos, que ligam para números de celular de uma outra cidade. Como o que faz o QuizTV, o Super Game e outros. As regras não são muito claras, e muitas vezes confundem sobretudo os menos esclarecidos. Em vários casos, a vítima acaba tendo de responder a algumas perguntas valendo pontos, ao invés de concorrer ao prêmio, e como resultado perde tempo e dinheiro nessa tolice. 

Nem sequer é possível reclamar com as empresas envolvidas, porque os telefones fornecidos são principalmente para o recebimento de prêmios e não para as reclamações. Ou seja, eles não possuem ouvidoria, algo existente nas empresas sérias.

Quem quiser, portanto, ganhar dinheiro, deve procurar outros meios, e que estejam dentro da lei, como trabalhar, comprar ações de uma empresa na Bolsa de Valores, apostar nas loterias (esta última opção é a menos viável). Dinheiro não se ganha tão fácil, ainda mais fazendo telefonemas para números estranhos! O resultado disso são carteiras esvaziadas, quando deveria ser o contrário, e a sensação incômoda de ter o nariz vermelho ou as orelhas grandes*.

É claro que sempre há alguém que ganha algo, além das emissoras e das empresas envolvidas. Um ou outro consegue o prêmio desejado, mas são exceções à regra. A maioria acaba financiando essas premiações (as quais representam apenas uma lasca do valor arrecadado) com esses telefonemas caça-níqueis.

Cabe ao Ministério Público e às associações de defesa do consumidor agirem contra isso. As denúncias contra esses programas não faltam, e é preciso sempre procurar os meios legais cabíveis para coibir essa malandragem. E, obviamente, não assistir a esses programas de baixíssimo nível, quanto mais se deixar lesar por eles. 



* Obs.: pega mal, nestes tempos "politicamente corretos", ofender os artistas de circo ou os pobres animais quadrúpedes de orelhas compridas.

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