Da série 'Oitentolatria', parte 8

Vez ou outra vejo uns sites que falam de doces, salgadinhos, sorvetes e outras porcarias guloseimas. Principalmente os que não existem mais, na famigerada década de 1980. 

Já devo ter falado do pirulito Dip'n Lik. Agora vou falar de outros elementos que existiam em tempos 'politicamente incorretos', sem a menor preocupação com gorduras trans e sódio. 

Salgadinhos da Elma Chips: existiam aos montes na década de 1980, quando foram lançados os clássicos Fandangos e Doritos. Muitos reclamam que naquelas embalagens de plástico transparente vinham muito mais salgadinhos, e que eles eram mais gostosos e não tão salgados (e isso é fato, pois já comi bastante dessas coisas).

Fanta Limão, Refrigerante Baré (em garrafa parecida com a de cerveja, Ki-Suco, Grapette, Crush e outros refrigerantes amados pela petizada da década de 1980.

O Limão Brahma, que vinha nas garrafas de vidro.

Gini (foto: Marcela Venâncio), sensação de muitos que tiveram infância naquela época.

Os 'diet' só foram lançados no final da década de 1980, com a Dolly e depois com a Diet Coke. Era um tempo que o refrigerante tamanho família era de mísero 1 litro, em garrafa de vidro retornável. Infelizmente, a prática dos retornáveis não existe mais, devido à profusão das garrafas 'pet'. Podia pagar menos só trocando uma garrafa vazia por outra cheia. As garrafonas de 2 litros só vieram em 1989, com o Big Coke (fonte: Bau da TV). 

Biscoitos 'vitaminados' (sei...) da São Luiz. Ainda existem, mas os biscoitos da São Luiz mudaram de nome, e agora são conhecidos pela marca Bono.

Bolachas Piraquê. Existem até hoje, mas não com estas embalagens clássicas. 

Não posso me esquecer das bolachas Mabel e dos "Monstrinhos Creck" (foto abaixo).

Ovos de páscoa de tamanhos mais diversificados, no tempo pré-'vassoura de bruxa', aquela doença responsável pela quebra na produção de cacau no final dos anos 1980. Vinham com mais bombons e não se pensava em colocar brinquedos 'made in China' só para vender por um preço mais alto.Infelizmente não encontrei fotos de domínio público desses ovos.

Por falar em chocolates, havia o Rocky, o Mach, o Sensação (havia outros sabores além do tradicional morango)...

...o imortal Suflair (foto tirada do site da Nestlé: www.nestle.com.br)...

...o Surpresa com suas figurinhas de animais...

...o Cad-Lac da Lacta (equivalente ao Kit-Kat da Nestlé), o Lollo, chocolate com leite maltado (mudou de nome para Milkbar, e o gosto ficou bem pior) e o Kri (agora virou Crunch)...

...e os famosos guarda-chuvinhas das marcas Evelyn e Campineira, feitos de chocolate com gordura 'trans' hidrogenada - ARGH! - mas muito apreciados pela garotada da época.

 

Os afamados Toblerones eram mais consumidos naquela época. Já eram meio caros, e agora a situação piorou. 

 

Não havia a onda antitabagista, e eles vendiam à vontade os cigarrinhos de chocolate da Pan, acusados indevidamente de levar os pequenos ao vício. 

A década de 1980 era o tempo da bala Soft...

...e da bala de leite Kids.

Tinha também as balas Klep's (aquelas de tirinhas, com aqueles desenhos de menina, carneiro, porco, leão, gato, elefante e o "boi da cara preta" das antigas cantigas infantis)...

...o grudento e inesquecível pirulito do Zorro, feito com caramelo e coco....

...os drops Dulcora...

...e os caramelos Sugus da Suchard.

Não podemos nos esquecer das balas mastigáveis de framboesa 7 Belo, que existem até hoje. 

E as gomas de mascar, então? Foram as grandes ameaças aos dentes das crianças, pois o Trident e outros chicletes sem açúcar só vieram mais tarde, também no final da década. Era a época de ouro da Ploc (fotos: do blog http://meuploc80.blogspot.com) e da Ping Pong.

Ainda havia o clássico Chicletes da Adams, atualmente fabricado pela Kraft Foods, a mesma empresa americana que comprou a Lacta e a Nabisco dos biscoitos Trakinas.

Nessa mesma época fabricavam um suposto chiclete contra as cáries, chamado Den Den, de curta duração e sem registro em fotos disponível. Em meados da década, surgiu o Bubbaloo (foto abaixo, do blog 'Baú Anos 80'), mais macio do que os concorrentes e com recheio líquido, e a partir daí a Ploc e a Ping Pong conheceram a decadência.

Era também uma boa época para as fábricas de laticínios da época, com todos aqueles iogurtes como o Bliss (foto do site nestle.com.br; muito consumido na época do Rock'n Rio juntamente com a famosa Malt 90 'nojenta') e o seu concorrente Dan'up (fotos de embalagens da década de 90 pelo blog Sub-versão)...

...queijinhos como o Polenghinho, o Danoninho e o Chambinho...

...o Yakult (responsável pela diarréia de muitas crianças que vertiam vários daqueles frasquinhos por dia)...

Lançaram o Danette (foto abaixo, tirada de um vídeo de 1987 do Youtube) e o Chandelle...

, e os queijos processados da Chisi. Ah, e também alguns queijos aerados  que pareciam um Suflair pastoso, como o Alouette para passar no pão e o Splash de morango feito pela Chambourcy. A criançada adorava tudo isso.

Por último, os sorvetes. Ainda vinham naquelas embalagens de papelão ou de metal, e o mercado era dividido entre a Kibon, da Phillip Morris, a Yopa, da Nestlé...

...e a Gelato, da Gessy, atual Unilever. Os destaques da época eram o Cornetto...

...os divertidos Fura-Bolo (foto abaixo) e Tubarão da Gelato...

...e os picolés de pé de moleque e de doce de leite, da Kibon (fotos abaixo), que precederam o também ultradoce Tablito, com chocolate no meio.

Havia também os anúncios de uma das mais belas musas da época, Adriana de Oliveira, morta tragicamente por overdose aos 21 anos (1990), para a Kibon.

Estas foram apenas algumas lembranças do que as crianças andavam comendo na década de 1980. São recordações típicas de um oitentólatra. Mas agora já basta. Voltemos ao século XXI.