Muita gente começa agora o ano no Brasil, de acordo com a lenda, segundo a qual tudo se normaliza só depois do Carnaval.
E a tal 'normalidade' está abalada com as notícias vindas do exterior, capazes de provocar estragos consideráveis na economia do mundo inteiro, pelo menos por algum tempo. Dois assuntos dominam o noticiário internacional, devido não só à economia, mas principalmente às terríveis consequencias sociais.
1. A capacidade do tirano da Líbia resistir à intensa pressão pela democracia no país. Ao contrário de autocratas mais moderados como Hosni Mubarak do Egito e Zine al-Abidine Ben Ali da Tunísia, que tiranizaram países vizinhos da Líbia, ele não quis saber a hora de parar de oprimir seu povo. O Ocidente está aumentando a pressão sobre o déspota, mas está mais interessado no petróleo do país do que na população. É o temor de que o fornecimento de petróleo caia em mãos de governos fundamentalistas, terroristas e anti-ocidentais que motivou o apoio norte-americano e europeu aos regimes de força na Ásia Ocidental e no norte da África.
2. Um dos piores terremotos da História atingiu o norte da ilha de Honshu, no Japão, e ainda por cima seguido de um forte tsunami, responsável por milhares de mortes. Para piorar, mesmo aquela parte do Japão, cuja única grande cidade é Sendai, havia usinas nucleares, e algumas delas foram afetadas pelos tremores, causando vazamentos radioativos. Como costuma acontecer em catástrofes, as notícias são desencontradas e há muita especulação, inclusive sobre o destino dos estrangeiros que trabalham naquela parte do Japão. Felizmente, para as famílias daqui, os brasileiros, chamados dekassegui, estão concentrados nas grandes cidades, bem mais ao sul. Mas nada consegue amenizar a dor de um país que sofreu essa desgraça. Os estragos na economia também foram consideráveis, pelos indicadores da bolsa Nikkei de Tóquio, que despencou 6,14% nesta segunda feira, e trarão consequencias para o mundo inteiro.
Esses dois fatores são capazes de prejudicar a já problemática economia da Terra, às voltas com pressões inflacionárias causadas pelo aumento generalizado do preço dos alimentos. O Brasil que se prepare, pois não está na Lua nem em Marte. E vai sofrer.
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