sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CBF demite Mano

Mano Menezes não é mais técnico da Seleção, mas isso não significa benefício algum para o futebol brasileiro.

É verdade que Mano, à frente do time verde-amarelo, não conseguiu nenhum resultado convincente contra adversários importantes, mas também não houve nada de realmente escandaloso. Talvez a maior tragédia ocorrida durante sua gestão foi a perda do ouro olímpico para o México neste ano. Ele estava na alça de mira desde antes dos Jogos de Londres, mas só foi demitido agora, com a derrota para a arqui-rival Argentina por 2 a 1 no segundo jogo do Superclássico (vale lembrar que o Brasil ganhou o primeiro jogo pelo mesmo placar e a vitória argentina foi de Pirro, porque houve a decisão nos pênaltis e a Seleção, com Neymar e Fred entre eles, converteu 4 cobranças e eles, apenas 3, resultado que permitiu ao nosso futebol ganhar mais um troféu).

Mano não é mais técnico da Seleção (foto extraida do site Super Esportes)

A demissão foi comemorada por Romário e por muitos torcedores, que não gostavam do estilo de Mano, considerado apagado demais. Mas a CBF lançou mão de um expediente comum entre os diretores de clubes: demitir o técnico como se ele fosse o bode expiatório. Pois a Seleção está cheia de problemas, desde craques com preços inflacionados até a desmedida influência dos patrocinadores, passando por uma doença crônica chamada corrupção. Tanto a CBF quanto a Fifa não são formados de anjos nem de vestais (como em nenhum outro local deste mundo, e isso inclui o Vaticano, os templos budistas e evangélicos, o Greenpeace, a ONU, etc.), mas um mínimo de ética por parte de seus integrantes seria benéfico para a imagem dessas entidades. 

Mano não é mais técnico por causa de seu desempenho abaixo das expectativas, mas há garantias de melhora na Seleção? Fala-se em Felipão, o técnico do pentacampeonato que recentemente passou vergonha no Uzbequistão e, como comandante do Palmeiras, foi apontado como um dos principais culpados pelo rebaixamento do clube no Brasileirão. Muricy Ramalho também é lembrado, mas seu clube, o Santos, só tem motivos para esquecer este ano. Tite, do Corinthians, teve o mérito de comandar o time quando ele ganhou a Taça Libertadores da América, mas muitos detestam seus métodos, considerados excessivamente avessos ao futebol como esporte bom de assistir (neste ponto ele lembra um pouco Mano, Parreira, Zagallo, Dunga...).

Nossa Seleção provavelmente vai atuar de forma diferente com outro técnico. Se vai ficar melhor, dependerá dos resultados futuros.

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