Temos um problema seríssimo de segurança pública no Brasil inteiro, e não só em São Paulo ou Santa Catarina, onde bandidos aterrorizam a população, matam policiais e não-policiais, e queimam ônibus. Mais preocupante do que isso é não termos soluções para enfrentar esse problema.
É o que se constata no discurso do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo em reunião com empresários por aqui, na capital paulista. Ele disse que o sistema prisional é medieval e desumano, o que é a mais pura verdade. Em uma fala estranha para alguém de sua função, o ministro disse que preferia morrer a ser preso. Isso levanta várias questões:
1. As condições dos presídios realmente são péssimas, e as cadeias realmente são mais depósitos de gente e fontes de problemas do que medidas para ressocializar alguém. O que o sr. ministro tem feito nesse sentido?
3. Penas alternativas são dadas para crimes menos graves, mas isso valeria para sequestros, tráfico de drogas, assassinatos, estupros? A maioria da sociedade afirma que as punições para esses casos precisam ser muito duras, e obviamente obrigar alguém a pagar cestas básicas ou fazer serviços comunitários por certo tempo não é nem de longe um castigo rigoroso o bastante.
4. Ele opinou sobre as cadeias após um dos principais líderes do PT, José Dirceu, ser condenado à prisão pelo STF, sem direito a célula especial. Será mera coincidência?
Nessas circunstâncias, ainda mais tomando apenas parte da fala do sr. ministro Cardozo, muitos julgarão que o ministério da Justiça está preocupado apenas com os encarcerados e não com a população como um todo, e quer livrar os principais agentes do mensalão de um sistema "injusto" e "medieval".
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