quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A fala do ministro da Justiça e algumas questões referentes ao assunto

Temos um problema seríssimo de segurança pública no Brasil inteiro, e não só em São Paulo ou Santa Catarina, onde bandidos aterrorizam a população, matam policiais e não-policiais, e queimam ônibus. Mais preocupante do que isso é não termos soluções para enfrentar esse problema. 

É o que se constata no discurso do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo em reunião com empresários por aqui, na capital paulista. Ele disse que o sistema prisional é medieval e desumano, o que é a mais pura verdade. Em uma fala estranha para alguém de sua função, o ministro disse que preferia morrer a ser preso. Isso levanta várias questões: 

1. As condições dos presídios realmente são péssimas, e as cadeias realmente são mais depósitos de gente e fontes de problemas do que medidas para ressocializar alguém. O que o sr. ministro tem feito nesse sentido?

2. Para parar de encher as cadeias, é preciso deixar de prender. Neste caso, sem essa forma de controle, a questão da violência, que já é tão ruim, vai ficar muito pior. É a consagração da impunidade.

3. Penas alternativas são dadas para crimes menos graves, mas isso valeria para sequestros, tráfico de drogas, assassinatos, estupros? A maioria da sociedade afirma que as punições para esses casos precisam ser muito duras, e obviamente obrigar alguém a pagar cestas básicas ou fazer serviços comunitários por certo tempo não é nem de longe um castigo rigoroso o bastante.

4. Ele opinou sobre as cadeias após um dos principais líderes do PT, José Dirceu, ser condenado à prisão pelo STF, sem direito a célula especial. Será mera coincidência?

Nessas circunstâncias, ainda mais tomando apenas parte da fala do sr. ministro Cardozo, muitos julgarão que o ministério da Justiça está preocupado apenas com os encarcerados e não com a população como um todo, e quer livrar os principais agentes do mensalão de um sistema "injusto" e "medieval".

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