A Fiocruz, maior instituto de pesquisa biológica do Rio de Janeiro, lançou um novo método de combate à dengue: soltou, na semana passada, vários mosquitos Aedes aegyptii contaminados com a bactéria Wolbachia.
Essa bactéria impede a instalação do vírus da dengue no organismo do inseto, e é transmitida por via reprodutiva, ou seja, o mosquito fêmea com a Wolbachia transmitirá o agente infeccioso para seus descendentes.
Como afeta apenas os invertebrados, a Wolbachia é inofensiva para seres humanos e animais vertebrados (cães, gatos, gado, aves, etc.). Cerca de 70% dos pernilongos comuns, segundo a Fiocruz, já são contaminados com a bactéria e, portanto, esses incômodos insetos não fazem outra coisa a não ser sugar um pouco de sangue e incomodar os ouvidos.
A ilustração abaixo mostra como é possível combater a dengue por este método:
Cruzamento entre fêmeas e machos de mosquito Aedes aegyptii com e sem a bactéria Wolbachia, que imuniza o inseto contra a dengue (ilustração da Fiocruz)
Ou seja, se um mosquito macho sem a bactéria cruzar com uma fêmea contaminada, toda a prole estará com a Wolbachia e, portanto, imunizada contra o vírus da dengue. Caso uma fêmea não infectada cruzar com um macho já com a bactéria, os ovos não vingarão.
Dessa forma, caso os resultados forem os esperados, o Aedes vai se tornar "apenas" um inseto chato sugador de sangue, e não mais uma ameaça à vida humana.
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