quinta-feira, 11 de setembro de 2014

No dia 11 de setembro, clima político do Brasil é assustador

Hoje, há 13 anos atrás, barbudos lunáticos que se diziam seguidores de Alá derrubaram as Torres Gêmeas, marcando o início de um século que deixa feridas abertas e infecciosas na humanidade. No Brasil, não havia o clima de paranoia que tomou conta dos países mais desenvolvidos, e sim um certo descontentamento com o governo FHC, que acabou culminando com a eleição de Lula e suas consequências. Lula era o candidato da esperança contra o medo. 

Isso foi em 2001 e 2002. Em 2014, o clima eleitoral mudou. O partido da esperança, vulgo PT, virou o partido do medo. Seu maior rival é uma mulher e ex-petista, Marina Silva, a nova representante da esperança com tom messiânico, para tentar acalmar um país aterrorizado. 

A economia está em perigo de entrar em recessão. Sofremos com a violência. Escândalos de corrupção continuam e a certeza da impunidade contra os ladrões do NOSSO DINHEIRO só aumenta. O mais recente escândalo envolvendo a Petrobras parece tão nebuloso e, ao mesmo tempo, horrível, que se for verdade, o PT realmente ultrapassou os limites da ânsia de poder, e se for mentira, o PSDB passa a ser visto como terrorista eleitoral. 

Por outro lado, a Comissão da Verdade, criada sob iniciativa dos petistas, está criando atritos com os militares devido à reabertura do caso Rubens Paiva, assassinado pela ditadura, e alega que o crime de ocultação de cadáver não é coberto pela Lei da Anistia, e estranhamente a reação dos homens fardados é de silêncio, uma atitude que tanto indica prudência quanto estratégia de luta - pois os guerreiros mais mortíferos são os que agem em silêncio. Enquanto isso, a Comissão não investigou (e nem vai investigar, pelo visto) os abusos dos guerrilheiros que lutaram contra a ditadura. Boa parte desses militantes acabou formando o PT. 

Na campanha eleitoral, Dilma acusa Marina de destruir a política do pré-sal, de arruinar as relações comerciais com grandes países como a China (devido ao viés menos tolerante com as ditaduras por parte da "neo-peesebista") e mostrar as relações entre a candidata e os bancos. Neste último caso, a situação das instituições financeiras nunca é tão favorável, impondo mais uma contradição nas acusações petistas. 

Aécio tenta mostrar as duas como nocivas ao país. Para ele, Dilma era inexperiente quando assumiu o país, e o arruinou. Marina, atualmente, é inexperiente na prática de administrar, e pode fazer tanto estrago quanto Dilma. Ele e Dilma concordam que Marina parece uma Collor de saias, posando de salvadora da pátria. 

Nas disputas estaduais, também reina a desolação. De forma geral não há animação dos eleitores quanto aos candidatos aos governos. Apenas dois Estados chamam a atenção da imprensa. São Paulo e Rio de Janeiro. 

São Paulo garante a reeleição para Geraldo Alckmin, mesmo com a pior crise de abastecimento de toda a história, desde que os índios passaram a habitar este território que viria a ser o Estado "bandeirante". Isso porque os eleitores não veem Skaf como uma opção viável, e Alexandre Padilha enfrenta altíssimo (36%) nível de rejeição. O Estado sofre com a crise de abastecimento, que pode afetar seriamente a economia do Estado e do país, agravando o pessimismo de uma população oprimida pela violência, má educação, problemas ambientais e sociais seriíssimos e por cidades com trânsito hiper-congestionado. 

No Rio, disputam o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) contra Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB), e todos os três são vistos da pior forma possível por muitos eleitores, piores do que a Geni da canção do Chico Buarque, mais como aproveitadores de uma situação sócio-econômica terrível, com favelas, criminalidade e falta de infra-estrutura decente não resolvida nem com o dinheiro do pré-sal. 

Ou seja, não há motivo para esperança por parte dos eleitores. O medo de um futuro distópico no Brasil é justificável. 

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