terça-feira, 12 de novembro de 2024

Trump cumpre a promessa sobre Musk

O bilionário sul-africano naturalizado americano vai mesmo chefiar um departamento de Estado, no caso, o de Eficiência Governamental, visando melhorar a gestão dos serviços públicos. 

Elon Musk não vai interferir diretamente nos serviços de inteligência, onde ele lidaria com informações oficiais. Ele também não precisará se afastar dos negócios em seu grande conglomerado incluindo o X, o Neuralink, o SpaceX, a Tesla, o XAI e outros. 

Muitos o queriam em um setor tecnológico, mas existiria um risco alto de misturar dados de usuários com os governamentais, e ambos poderiam ser alvo de ciberterroristas, aumentando a insegurança ao invés de aprimorá-la. 

Agora Elon Musk será considerado oficialmente um funcionário do governo americano (Divulgação)

O magnata da tecnologia, porém, não poderá contar (pelo menos não sempre) com a ajuda do magnata da política e da Casa Branca para se livrar de processos judiciais, principalmente envolvendo a Tesla. Houve um acidente nesta semana, na cidade canadense de Toronto, envolvendo mais um veículo elétrico da Tesla: houve uma colisão e a bateria acabou pogando fogo, matando queimados os quatro ocupantes. Além disso, há processos trabalhistas com condições irregulares de trabalho nas empresas de Musk, e até racismo contra funcionários, principalmente estrangeiros. A Justiça americana não quer nem saber se o investigado é alto funcionário do governo ou não: ela ainda dará algumas dores de cabeça para o mais famoso empreendedor do mundo. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Discussão sobre 6x1 deve ser discutida de outra forma

A chamada jornada 6x1, ou seja, seis dias de trabalho e um de descanso por semana, está em discussão no Congresso, com base na proposta de uma PEC da deputada Erika Hilton (PSOL-SP). 

Ela consta na CLT, o que é questionável, pois dá força de lei a algo que poderia ser flexibilizado. Porém, a simples abolição deste esquema de trabalho, também por força de lei, não pode ser aceita, por impor uma outra jornada fixa, de 36 horas semanais com 4 dias de trabalho. 

Cada empresa ou prestadora de serviços possui uma exigência de trabalho, que poderia ser definida internamente, evitando, porém, a superexploração dos trabalhadores. Para isso servem os sindicatos. Poderia ser flexível, de acordo com a carga de trabalho requerida. Segundo um estudo de 2020 pela Cisco, 88% dos trabalhadores preferem uma jornada sem horários fixos. Isso daria mais tempo para o trabalhador curtir a família, o lazer e as atividades sociais e religiosas, poupando-o do desgaste excessivo, favorecendo, inclusive, a produtividade, pois funcionários descansados e motivados se dedicam melhor aos seus serviços. 

O assunto, no Congresso, é tratado como questão política, e não técnica. Partidos como o PSOL e o PT querem a troca da legislação atual com base em uma leitura onde os empresários são vistos como exploradores e os trabalhadores como oprimidos. Por outro lado, os partidos mais conservadores acabam defendendo a CLT, uma herança do getulismo. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

O tamanho da surra republicana

 


Os Estados Unidos ficaram pintados quase totalmente de vermelho (Reprodução/Instagram)

Ainda não terminaram as apurações dos votos populares e do Colégio Eleitoral, mas a vitória do republicano Donald Trump é incontestável. Ele conquistou 295 votos (até agora) dos representantes de cada Estado, contra 226 votos. Também na votação popular, o "laranjão" venceu a vice, com uma diferença de mais de 4 milhões de votos. 

Os republicanos não triunfaram apenas com a Presidência, mas também no Capitólio, o Congresso norte-americano. Lá como aqui, o Executivo precisa do apoio do Legislativo para governar. 

Senado: 53 votos republicanos contra 45. 

Câmara: 209 votos republicanos contra 191 (apuração ainda em andamento; é real a chance dos republicanos controlarem a Câmara, com um mínimo de 218 votos). 

Isso indica um caminho confortável para o magnata, que poderá levar adiante a sua agenda de segurança energética e combate à imigração ilegal. Levará a construção do muro na fronteira com o México adiante? Ele foi concluído mesmo com o empenho de Trump no mandato anterior (2017-2021). 

Enquanto isso, os democratas ainda estão assimilando a derrota acachapante, e precisarão repensar sua abordagem. Mostraram não ter representantes para competir com o eleito, e suas pautas de inclusão social não estão de acordo com os desejos da maioria dos americanos, embora ainda repercutem na inteligentsia da Costa Oeste e da Costa Leste. Muitos deles, assim como os defensores do "progressismo" na Europa e na América Latina, ainda não aceitam, mas este é o fato: Donald Trump será de novo presidente da grande potência. 


N. do A.: Este blog vai abordar uma pauta totalmente diferente para manter a coerência com o título "Assuntos 1000"




quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Trump venceu

Não vou me aprofundar neste tema porque o autor deste blog se complicou no trânsito paulistano em período de chuvas incessantes e não tem tempo para escrever nada. Deixarei isso com os analistas políticos. Enquanto isso, tratarei de resolver questões relacionadas aos trabalhos na USP. Na próxima postagem, voltarei à pauta. 

terça-feira, 5 de novembro de 2024

E começou a corrida!

 Quem vence? Donald Trump ou Kamala Harris?

A resposta só ficará pronta daqui a alguns dias, quando os votos de todos os 50 Estados estiverem computadas. 

O destino da grande potência mundial está nas mãos desses dois (Divulgação)

Até o momento, o repuglicano está na frente, vencendo na maioria dos Estados, inclusive (e naturalmente) no Texas e na Flórida. Ainda falta o maior colégio eleitoral, a Califórnia, um reduto democrata, mas isso pode não ser suficiente para a vice-presidente suceder Joe Biden: são 162 votos para o milionário no Colégio Eleitoral no fechamento desta postagem, contra apenas 81 votos de Kamala. Os republicanos também estão na frente, até o momento, nas eleições parlamentares e estão conquistando a maior parte dos governos estaduais, mas ainda há chance de mudar. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Duas grandes perdas na música de entretenimento

O show biz mundial perdeu ontem um dos maiores produtores musicais de todos os tempos, Quincy Jones, apoiador de nomes como Frank Sinatra e Duke Ellington, e também de Michael Jackson, sendo o responsável pelo imortal Thriller (1982), maior sucesso do cantor. Quincy foi indicado ao Grammy 73 vezes, e, embora ganhando "apenas" 27, foi um dos maiores premiados. Ele também trabalhou com Mílton Nascimento, Ivan Lins e Simone, grandes nomes da MPB. 

Por falar em MPB, Agnaldo Rayol encerrou a vida por causa de um traumatismo craniano, ao bater a cabeça numa queda. O cantor era conhecido pela voz potente, demonstrando isso em trilhas sonoras de novelas como Terra Nostra e em vários shows, além de ter cantado durante a canonização de Frei Galvão (1738-1822) durante a visita do papa Bento XVI (1927-2022). 

São dois nomes a deixar este mundo cada vez mais cacofônico, tomado por cantores e cantoras sem um décimo do valor deles para a música de entretenimento. 

Quincy Jones (1933-2024) não era "somente" o produtor dos clipes de Michael Jackson (UCLA Library/Los Angeles Times Photographic Collection). 

Agnaldo Rayol (1938-2024) engrossou a lista de grandes nomes a falecerem neste ano terrível (Reprodução/Instagram)


N. do A.: Este blog já publicou obituários demais, principalmente neste ano. E acreditem: há tempo para muita gente ir para os "campos santos" (Dom Casmurro; Machado de Assis)

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Novembro começa

Novembro será o mês decisivo para os rumos do mundo. 

Próximo dia 5 será a eleição norte-americana, para decidir quem vai à Casa Branca: a atual vice Kamala Harris ou o ex-presidente multimilionário Donald Trump. Esta eleição afetará decisivamente a economia do mundo, e também os conflitos em curso, entre Israel e o terror fundamentalista islâmico, e entre a Ucrânia e a Rússia. Os Estados Unidos, como até a Estátua da Liberdade sabe, apoiam os primeiros de cada conflito, contra os segundos, em nome dos interesses do Ocidente (leia-se deles próprios). 

Também veremos o desenrolar da crise diplomática entre o Brasil e a Venezuela. O regime madurista ameaçou o Brasil mostrando toda a sua irritação contra a postura ambígua do grande vizinho, e está a ponto de romper relações diplomáticas assim como fez a Nicarágua. Aparentemente, o Itamaraty respondeu à altura, para aparentemente tentar colocar algum juizo nos representantes do governo "bolivariano", e um cartaz malcriado aparentemente com a silhueta do presidente brasileiro foi retirado. Mas Maduro não sossegará enquanto o Brasil não reconhecê-lo como presidente "eleito" - o que não acontecerá assim tão facilmente. 

A Espanha sofre com a mais trágica enchente do século XXI, contabilizando mais de 200 mortos, principalmente em Valência. É um número pior do que o registrado nas chuvas do Rio Grande do Sul. Fala-se em um fenômeno devastador chamado de "Depressão Aprisionada em Níveis Altos" (DANA) quando uma certa região permanece em temperaturas elevadas e retendo umidade, até a chegada de ar polar, causando chuvas torrenciais e concentradas. Esse fenômeno já ocorreu várias vezes na Espanha, sempre causando vítimas. 

E o dólar? Não se pode culpar apenas a corrida presidencial americana pela disparada da moeda. O governo petista precisará conter os gastos, não apenas ir atrás de mais recursos para tentar fechar a conta da gastança oficial promovida pelos Três Poderes.