quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Trump alteraria algo?

Para a investigação da famigerada tentativa de golpe de Estado abortada antes de entrar em prática, a Polícia Federal indiciou 35 pessoas, entre elas os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o delegado Alexandre Ramagem e o próprio Jair Bolsonaro. 

Boa parte aposta que isso é apenas uma demonstração do particular apreço da Justiça brasileira e do governo para preservar a democracia, mas eles próprios são acusados de miná-la, com as irregularidades cometidas, como manter presos manifestantes de oposição vistos como "golpistas", quando na verdade apenas exerciam o jus sperniandi nas portas dos quartéis, alguns bem longe dos prédios dos Três Poderes invadidos e vandalizados no 8/1. 

Alguns falam até em futuros atos do presidente eleito norte-americano Donald Trump para sancionar o Brasil por perseguições à oposição, mas ele provavelmente não faria nada para violar a soberania do nosso país. No máximo, imporia dificuldades para os produtos brasileiros e ficaria de olho na política externa e comercial do governo Lula. Certamente, os acordos comerciais recentes feitos com Xi Jinping no palácio da Alvorada já geram interesse de Washington, mesmo sendo o presidente, ainda, Joe Biden. 

Não é pouca coisa e Lula não será bem tratado pela Casa Branca como está sendo agora, mas a princípio Bolsonaro vai precisar se virar sem o "main man" mesmo após janeiro. 

Trump (esq.) vai dar dor de cabeça a Lula, mas não a ponto de ajudar ostensivamente o ex-presidente Bolsonaro contra ele (Carlos Barria/Reuters - Ton Molina/Fotoarena - Estadão)

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