Desde o início recente de seu novo mandato, o presidente americano Donald Trump está agindo de uma forma aparentemente incompatível para um senhor de 78 anos, pouco menos idoso em relação ao anterior, lembrado pelas atitudes aparentemente senis.
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Trump prometeu ser um "pacificador" do mundo, em seu primeiro discurso como atual presidente (canal NDTV/Youtube) |
Ele quer pressa para pacificar as duas regiões mais conflituosas do mundo. onde os interesses da águia estão envolvidos: a Ucrânia e o Oriente Médio. A pretexto de ser o mais realista possível e evitar alimentar ilusões, Trump conversa com o lado mais forte, deixando o mais fraco em segundo plano. Ou seja, Israel e Rússia contra os palestinos e a Ucrânia.
Suas soluções parecem assustar até os outrora mais entusiastas do magnata. Em Gaza, exterminar o grupo terrorista Hamas, que tiraniza o lugar, mas também praticamente causar uma diáspora palestina, dispersando a população em outros países árabes, enquanto reconstroi o pequeno território para depois ser anexado a Israel. Na Ucrânia, forçar o país a abrir-se mais à mineração das empresas americanas sem uma contrapartida militar para proteção do território, e fora da OTAN, cuja existência também é posta em dúvida.
Há muitas conjeturas e especulações sobre essa nova política do "big stick", agora bem maior e mais ameaçadora em relação ao "porrete" de Theodore Roosevelt, o outro presidente que impulsionou a política externa dos Estados Unidos e a tornou a grande ave de rapina defensora dos interesses da potência então emergente mesmo derrubando governos e violando a soberania de outros países. A atuação trumpista foi comentada por analistas políticos e influenciadores como o russo Alexander Dugin, apontado como o "guru" do dirigente russo Vladimir Putin. Se todo este pessoal está certo ou errado, o futuro vai dizer, e o tom promete ser explosivo e impetuoso, como as ações de Donald Trump.
Mas bastará Trump para pacificar um mundo predestinado a ter conflitos e derramamento de sangue em toda a parte? Não é só no Leste Europeu e na sua região vizinha, a Ásia Ocidental, mas também em várias partes da África, como o Sudão sob guerra civil, a Nigéria ameaçada pelo Boko Haram e o Congo ameaçado de se desintegrar com a ativa presença de Ruanda. A imprensa não destacou nada sobre uma possível intervenção de Trump nessas áreas, pois o continente africano não é visto como prioridade para os Estados Unidos. Também não se divulga com tanta frequência a respeito de regiões com potencial de conflito capaz de mudar a geografia do planeta, como a Venezuela ou Taiwan. Talvez o presidente americano tenha tempo de resolver tudo isso posteriormente, mas isso seria respaldar a opinião de algumas vozes que ousam discordar dele, apontando-o como o "imperador do mundo", como o presidente do Brasil, Lula.
De toda forma, Trump poderá mudar muita coisa no mundo, mesmo se fracassar em ser o grande pacificador.
N. do A.: Enquanto isso, no Brasil, o governo Lula é cada vez mais questionado, não conseguindo calar as vozes discordantes mesmo em seu esforço para neutralizar Jair Bolsonaro. As revelações sobre o hipotético golpe não encontram respaldo nem em parte da imprensa, notavelmente inimiga do governo anterior e, até agora, aliada do atual.