Novamente, a ONU organiza uma conferência sobre as mudanças climáticas, destinada a fracassar por suas metas ambiciosas e irrealistas, derrotadas pelos grandes interesses corporativos e pelos responsáveis pela devastação ambiental e pela poluição.
Além das velhas promessas de financiamento de fundos ambientais pagos pelos contribuintes de países ricos e pobres, suscetíveis a desvios e corrupção (*), houve, como sempre, a politização dos temas ambientais. Lula, como presidente do país anfitrião da COP30, fez críticas aos líderes de países não participantes (Argentina, México, Canadá, Rússia, e os maiores poluidores do mundo, China, Estados Unidos e Índia) e transformou a tragédia de Rio Bonito do Iguaçu num trampolim para falar sobre os "negacionistas" do clima, incluindo não só os críticos da teoria do aquecimento global, mas todos os que ousam questioná-la.
Ou seja, o presidente não está comovido com as moetes e com a destruição da cidade paranaense. Quem anunciou ajuda federal, inicialmente de R$ 15 milhões, foi o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional Waldez Góes. Foi prometida também uma ajuda humanitária, que já deveria atuar, mas esbarra na burocracia. Por enquanto, a maior parte da ajuda vem das pessoas físicas, por meio de doações. O governo do Paraná divulgou a conta corrente do Banco do Brasil para o Fundo Estadual de Calamidades Públicas (ver AQUI).
Outros problemas também afetam o evento da ONU em Belém, como a denúncia de cinco criminosos entre os voluntários. Por falar em crime, os preços altíssimos dos serviços e diárias de hoteis mostra o assanhamento de quem quer lucrar com a vinda dos estrangeiros. E houve a denúncia de abusos nos preços dos alimentos comercializados para a COP30. Sem falar na péssima repercussão do presidente e da primeira-dama se refestelando num barco de luxo, o Iana III, cujo funcionamento já contribuiu para impactar o meio ambiente, pois consome 50 litros de diesel por hora.
E a conferência já começou com as infiltrações de água nas instalações, por causa da chuva, e alguns pavilhões sem energia elétrica.
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| Foto dos líderes mundiais participantes (Divulgação/Estadão) |
Nem as promessas e as novas metas impostas para acelerar a transição energética, substituindo o petróleo e o carvão pelas energias consideradas "limpas" (fotovoltaica, eólica, motores elétricos a bateria) poderão ser suficientes para considerar esta nova conferência do clima melhor ou mais efetiva do que a anterior, a COP28, feita em Dubai e agora praticamente esquecida. Pelo menos os brasileiros e, principalmente, paraenses, não irão esquecer essa edição.
(*) Agora, o Brasil propõe um fundo de renda fixa, o TFFF (Tropical Forest Forever Facility), destinado não só à Amazônia, mas a outras florestas tropicais localizadas na parte central do continente africano e no sul e sudeste asiático. República Democrática do Congo e Indonésia seriam alguns dos países mais beneficiados. Mas os países ricos, como a Alemanha, não estão muito dispostos a sustentar este novo investimento.