Na história oficial, o 7 de setembro de 1822 marcou o começo do Brasil como um país independente. Mas como tudo que é oficial, há apenas uma parte da verdade.
O 'Grito do Ipiranga' foi feito por um príncipe português que estava mais interessado em não se submeter às Cortes constitucionais de Portugal do que em propriamente libertar o Brasil. Nada de um imponente cavalo, como naquele fantasioso quadro do Pedro Américo, mas uma humilde e forte mula. E ele não leu as cartas de José Bonifácio, apenas ouviu um de seus companheiros lê-las.
O Brasil na prática já não acatava ordens de Portugal. Desde 1808, era Portugal que passou a obedecer ordens do Brasil, já que a família real - o príncipe regente D. João, a rainha D. Maria (a louca) e os filhos do regente, D. Pedro inclusive - esteve no Rio de Janeiro. A maior dependência do Brasil era com a Inglaterra.
E só houve um governo autenticamente brasileiro após 1831, já que D. Pedro I estava cercado de parasitas, aliás, cortesãos portugueses, que eram sempre os mais privilegiados no governo. Desde antes dele existia muita gente assim mamando no Erário Público, portanto esse mau costume que se vê em Brasília é secular. No dia 7 de abril de 1831, D. Pedro I e os portugueses não naturalizados que faziam parte de seu governo foram praticamente banidos do Brasil, após uma administração marcada por corrupção e autoritarismo.
Isso tudo os historiadores estão cansados de saber. Mas muita gente ainda não sabe.
Isso não quer dizer que é uma tolice ir aos desfiles do 7 de setembro, para comemorar uma data simbólica (até a data do Natal, nascimento do Mestre, é simbólica) e ver militares e gente vestida como os Dragões da Independência. Apenas não é muito sensato ficar acreditando que D. Pedro foi um super-heroi da pátria enviado por Deus para gritar Independência ou Morte e, num passe de mágica desses, o Brasil já ter se libertado de Portugal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário