Motoristas saem ao mesmo tempo para vias sem as mínimas condições de sustentar seus veículos. Quando não são os buracos, são os semáforos mal programados e muitas vezes em número excessivo. Carros, caminhões e ônibus em número excessivo, muitos deles sem condições de rodar, e seus condutores também na mesma situação: sem preparo para dirigir, muitas vezes estressados, alcoolizados, drogados. Sem falar na insuficiência de avenidas de grande capacidade e, é claro, a falta de um transporte público adequado.
É inútil e ilusório acreditar que isso vai se resolver em quatro ou oito anos. Qual nada! As eleições de 2010 e 2012 estão próximas, e na certa alguém vai prometer resolver a questão do trânsito ou anunciar fórmulas mágicas para desafogar o trânsito. Se alguém deseja vender a outra pessoa um terreno na Lua, essa pessoa iria comprar (seria tão otária a ponto de fazer isso?)? Pois é mais ou menos por aí.
Não existem soluções mágicas: construir novas avenidas exige desapropriações; colocar semáforos inteligentes significa substituir os já existentes; o metrô exige planejamento cuidadoso; motoristas precisam ser melhor preparados; carros precisam de manutenção; ruas esburacadas pedem interdição destas para voltarem a ter condições de uso. E tudo isso requer duas coisas fundamentais que são desperdiçadas como se não fossem tão escassas: tempo e dinheiro.
Profetas do apocalipse já pregam 500 km de lentidão no trânsito, o que seria o pesadelo supremo da cidade e faria a alegria de assaltantes, postos de combustível, refinarias de petróleo, plantadores de cana (muitos deles devastadores de matas nativas e empregadores de trabalho escravo) e demagogos. 500 km parece ainda catastrofista, mas não quer dizer que isso não vá acontecer de fato. E se isso acontecer, haverá muito choro e ranger de dentes até resolver os problemas do trânsito. Isso se São Paulo existir até isso acontecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário