Nada de Viver a Vida e nem outra novela de ficção no Brasil ou na América Latina. Mais interessante, para muitos, é a história do presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya.
Agora ele protagonizou mais uma cena de impacto: sua volta a Honduras, e pela embaixada brasileira em Tegucigalpa, a capital do país.
O Brasil não esconde a sua luta para reconduzir Zelaya ao poder. Afinal, ele foi eleito democraticamente em 2006. Os que os depuseram, portanto, estão à frente de um governo ilegítimo, o que é intolerável.
Isso não quer dizer que dá para tolerar as atitudes de Zelaya ou da embaixada brasileira. O ex-presidente não se abrigou como asilado político, e sim para dar continuidade à sua luta para retomar o poder, usando a embaixada brasileira, que é território estrangeiro em Honduras. O serviço diplomático brasileiro está obviamente interferindo em assuntos externos ao abrigar Zelaya, o que é proibido.
Por conta disso o governo Micheletti, no seu peculiar 'apego' à democracia, cercou a embaixada brasileira com policiais e gente do Exército, podendo até invadí-la, o que é um ato de agressão contra o Brasil (apesar das garantias - mais aparentes do que reais - de que não vão fazer isso). Micheletti quer entregar Zelaya à Justiça, pois ele foi acusado de violar a Constituição e querer implantar um regime chavista.
Existem atitudes mais sensatas e menos novelescas para resolver a questão do golpe em Honduras, como negociações entre as partes envolvidas, que já foram tentadas antes. Enquanto isso, a situação ainda não chegou a um clímax. Aguardemos os próximos capítulos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário