Cena de 'Rio', nova animação de Carlos Saldanha (Foto: divulgação)
Em número de salas, nada supera "Rio", a badalada animação de Carlos Saldanha que relembra, com outros tons, uma visão estereotipada do Brasil, meio selvagem e meio exótica, diante dos americanos.
A saga da arara-azul animada é bem mais sofisticada visualmente e seu roteiro é bem menos simplista e preconceituoso do que, por exemplo, o simpático mas constrangedor desenho do Zé Carioca, trabalho de Walt Disney para tentar aproximar os EUA do Brasil e outras nações da América do Sul, na chamada "política da boa vizinhança" dos anos 1940. Porém, ainda fica uma impressão meio incômoda de não conseguir ou não querer entender a complexidade de um país grande e cheio de nuances como o nosso. Carlos Saldanha, brasileiro nato e um dos autores de A Era do Gelo, não tem culpa de querer lucrar com um filme desses, mas ele não vai escapar do patrulhismo verde-e-amarelo.
Não é possível, porém, proibir ninguém de querer assistir o filme. Ele deve cumprir a missão de divertir o público, e ainda conta com a dublagem de Jesse Eisenberg (Blu, a arara-azul protagonista do filme), Anne Hathaway (Jade, a companheira de Blu), Jamie Foxx (o cachorrão Luiz) e o tupiniquim Rodrigo Santoro (o humano que comprou Blu como animal de estimação). E existe uma mensagem ecológica, meio oportunista é verdade, por mostrar uma ave à beira de extinção como a arara-azul.
Este é o maior lançamento do cinema, pelo menos em número de salas: 1000. É muito mais do que Tropa de Elite ou outros filmes mais importantes produzidos aqui. Aliás, é muito mais do que qualquer superprodução hollywoodiana. Isso dará assunto para muita gente que se diz patriota, neste país.
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