quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Divagações sobre o homem armado que tentou invadir o Planalto

Um homem armado com uma pistola de calibre 38 tentou entrar no Palácio do Planalto. Foi detido pelos seguranças, e interrogado. Ele disse sofrer de perseguição policial e queria reclamar com o governo. Se não fosse atendido, ele iria se matar. 

Talvez a intenção do sujeito fosse exatamente essa, pois ele não reagiu quando foi abordado. É muito pouco provável que quisesse, na verdade, matar a presidente (a) Dilma, e não são tão poucos os que querem fazer isso. Verdadeiros assassinos não ficam mostrando suas armas em público. 

E se ele quisesse aparecer na mídia, para ganhar os seus 15 segundos de fama? Só se fosse suficientemente desequilibrado. Mas há motivo para esse surto. De onde ele veio, existe mesmo um problema sério de corrupção policial e existência de milícias. Ele disse que era capixaba, e o Espírito Santo sofre há décadas com o banditismo de alguns policiais metidos a justiceiro, quando não querem simplesmente abusar de sua autoridade para conseguirem vantagens. 

Porventura ele quisesse mostrar para os insatisfeitos com os vários e graves problemas do Brasil, como se faz um protesto? Isso seria um golpe contra a Constituição e o estado de direito. Em lugar nenhum onde exista democracia um protesto é feito com armas. Se todas as vítimas das injustiças neste país protestassem armadas neste país, o Brasil inteiro ficaria infestado de cadáveres. Todos podem e devem exigir seus direitos, mas sempre dentro da lei. 

Talvez o sujeito fosse um daqueles que adoram fazer brincadeiras de mau gosto e resolvesse dar um susto na Dilma. A arma nem estaria carregada (a imprensa não registrou isso). Não basta o CQC e o Pânico na TV, que adoram fazer esse tipo de coisa? Pelo menos nenhum dos integrantes desses programas anda armado, o que seria uma apelação daquelas para dar Ibope. 

E há um aparente paradoxo: ele denunciou ameaças de morte por parte de militares, mas ao mesmo tempo anunciou que poderia se matar se não fosse ouvido. De uma maneira ou de outra, ele poderia morrer. Só o desespero poderia motivar uma coisa dessas. E o desespero poderia ser grande a ponto dele não fazer isso perto da sede do governo capixaba, e sim logo na capital federal. Talvez porque assim ele chamaria ainda mais a atenção. 

Tudo isso são meras divagações, e não refletem necessariamente os motivos pelos quais este homem fez este ato em Brasília. 

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