quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Motivos errados

Nos 458 anos da capital paulista, o prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin foram alvos de hostilidades por manifestantes. O carro do prefeito atacado e alvejado por ovos e pedras. 

Os manifestantes chamaram o prefeito de 'fascista', devido à ação maciça da PM na Cracolândia. Alckmin foi chamado de 'assassino' pelo grupo. 

Que o prefeito Kassab, devido à sua atuação na prefeitura, bem merece levar uns ovos na cara, isso é verdade. Mas os manifestantes não o visam por causa da falta de boas idéias para a administração da nossa metrópole aniversariante. É puramente ideológico. Boa parte dos manifestantes são vinculados ao sindicalismo e são simpatizantes do PT, do PCdoB, do PSTU e do PCO. 

Eles vinculam todo tipo de ação mais forte da PM a atos fascistas, quando o governo do Estado não é dos partidos citados acima. Falaram da ação policial na Cracolândia, que foi a mando do governo do Estado, e não diretamente da prefeitura. E a ação, apesar de sua pirotecnia, está muito longe de merecer ser tachada de 'fascista'. Era preciso mesmo dar um basta à ilegalidade. A região que engloba parte dos bairros de Campos Elísios, Luz e Santa Ifigênia precisava mesmo de policiamento. Ninguém que vive ou trabalha por lá aguenta mais conviver com uma multidão de mortos-vivos fumando crack a céu aberto. 

Por esse mesmo motivo, o governador também foi hostilizado. A desocupação de um terreno que, sabe-se-lá-como, foi parar nas mãos do megainvestidor Naji Nahas, deu o que falar nesta semana. Já faz oito anos que sem-teto invadiram o local, na cidade mais importante do Vale do Paraíba, São José dos Campos, e fundaram a comunidade do Pinheirinho. A Justiça estadual mandou desocupar o terreno, quando este já foi transformado em bairro, por conivência das autoridades. Mulheres e crianças foram forçados a sair e as casas foram destruídas. Por outro lado, a comunidade, além de irregular, era abrigo de marginais. Instado por eles, manifestantes responderam com hostilidade contra a PM, usando inclusive coquetéis molotov. A intenção era mesmo para combater e matar se eles 'julgassem necessário'. 

Manifestar-se contra alguém é lícito e faz parte da democracia, mas não pode ser motivado por motivos errados. As ações da PM se justificam porque têm base legal. Já as licitações suspeitas (como a do Controlar, contratado por Kassab para a inspeção veicular), as deficiências inaceitáveis no ensino público, os desmandos, a falta de soluções criativas para os crônicos problemas da habitação, saúde pública e segurança, isso eles não falam. É porque prefeituras e governos ligados ao PT e aos partidos ditos de 'esquerda' (termo que, no Brasil, não faz qualquer sentido, assim como o outro termo, 'direita') também estão envolvidos em tudo isso. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário