O governo Obama tem feito uma política externa titubeante, balançando entre os seus ideais como membro do Partido Democrata e os interesses norte-americanos no mundo.
Hoje, ele tornou sua política um pouco mais coerente - e mais condizente com o bom senso. Ele e o ditador cubano Raúl Castro iniciaram medidas para o reatamento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba.
Obama e Raul Castro durante o enterro de Nelson Mandela (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Se os americanos têm embaixadas até em países considerados muito mais perigosos como a Coréia do Norte ou o Irã, a ruptura nas relações diplomáticas entre a potência e a ilha antilhana não faz o menor sentido fora do contexto da Guerra Fria.
Serão tomadas várias medidas para a reaproximação, com destaque para a libertação dos prisioneiros de ambos os países (acusados de espionagem), revisão do status de Cuba como "nação financiadora do terrorismo", maior permissão para jornalistas e cidadãos norte-americanos visitarem a ilha e aumento da ajuda financeira direta a indivíduos e famílias cubanos.
Já o embargo econômico, uma medida contraproducente que mais prejudicou o povo do que a ditadura cubana, foi mantido e depende do Congresso, em sua maioria republicana e favorável à sua manutenção. Os republicanos, aliás, não gostaram das medidas tomadas pela Casa Branca, e não irão dar sossego ao presidente.
As pressões para o governo cubano respeitar os direitos humanos devem continuar, mas a situação de Guantánamo, o presídio para onde terroristas e suspeitos de terrorismo são levados sem a observância do direito internacional, não foi posta em questão.
É uma iniciativa louvável do governo americano, comemorada pela opinião pública mundial, que passa a considerar o dia 17 de dezembro de 2014 como uma data histórica.
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