terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O fim de uma abjeção completa 70 anos

Frutos da mente criativa dos nazistas para resolver o que eles consideravam um problema social na Alemanha, os campos de concentração transformaram judeus, ciganos, homossexuais e deficientes físicos em "algo útil" (segundo a mentalidade dos seguidores de Hitler), ou seja, fonte de trabalho escravo e eventual combustível para fornos. 

Auschwitz, o mais conhecido desses lugares, foi construído em maio de 1940 na atual cidade de Oswiecin, sul da Polônia. Na verdade, era um complexo de três campos principais: o primeiro (Auschwitz I) era destinado a receber os prisioneiros soviéticos e poloneses; o segundo (Birkenau) foi reservado aos judeus e o terceiro servia como um campo de trabalho forçado. 

Portão de entrada de Auschwitz I, com a irônica frase "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta") (Irek Dorozanski/Reuters)

Por quase cinco anos, durante a II Guerra Mundial, o complexo funcionou, matando cerca de um milhão de pessoas neste período, vítimas de fome, frio, executadas ou atiradas vivas aos fornos. O Exército Vermelho (da União Soviética) invadiu a Alemanha e, a 27 de janeiro de 1945, o complexo, destruindo-o parcialmente e libertando boa parte dos prisioneiros sobreviventes. 

Foi só então que o resto do mundo constatou com mais precisão o horror dos campos de extermínio. Antes, a tirania nazista era detestada pelo seu nacionalismo extremista, mas ao mesmo tempo admirada pela sua capacidade de organização e resistência, mas a partir da desativação dos campos de extermínio pelos Aliados (Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha, Resistência Francesa e outros) passou a ser vista como fruto de mentes doentias. 

Infelizmente, 70 anos depois da libertação dos últimos prisioneiros de Auschwitz, muitos ainda são favoráveis ao nazismo e outras ideias extremistas e antidemocráticas. Aparentemente, ainda estamos muito receptivos à intolerância e à selvageria, e poderemos pagar um preço bem alto por isso. 

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