segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Grécia e Egito voltam a chamar a atenção

Ontem, os dois países milenares voltaram a chamar a atenção dos estrangeiros, e com más notícias. 

No Egito, a repressão feroz do Exército e da polícia matou 16 pessoas que fizeram protestos pacíficos para relembrar os quatro anos do fim da antiga ditadura, exercida por Hosni Mubarak. Apesar de eleito por voto popular, o governo do general Abdul al-Sisi está bem longe de ser democrático, e impõe proibições típicas de ditaduras absolutistas islâmicas, como a de se manifestar livremente contra o governo e exercer o direito de expressar sua fé. Desde o tempo dos faraós, o país nunca teve democracia. O mais próximo disso foi o governo de Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana (partido radical islâmico que só recentemente renunciou às práticas terroristas), eleito após a revolução que depõs Mubarak. Mursi, por sua vez, foi derrubado por um golpe militar formado pelas forças do atual regime. Mursi pode ser pendurado numa forca quando a Justiça assim determinar. Enquanto isso, os filhos do ex-ditador Mubarak foram soltos, inocentados das acusações de corrupção. O pai deles continua internado num hospital penitenciário.

Já na Grécia, a situação econômica está terrível. Cerca da metade dos jovens está desempregada, e o poder aquisitivo da população despencou. Isso gerou um cenário para uma espécie de populismo, algo parecido com o praticado na América Latina, inclusive o Brasil. O Syriza, partido que ganhou as eleições parlamentares ontem, quer rever todo o programa de austeridade imposto pelo antigo governo, do partido Nova Democracia. Como não conseguiu a maioria absoluta das cadeiras no Parlamento grego, o Syriza fez uma coalização com um partido ultraconservador e anti-liberal que prega a saída da Grécia do euro. As bolsas na Europa inteira sofreram queda, devido às possíveis consequências políticas nos países com mais dificuldades econômicas, como Espanha, Portugal e Irlanda. Houve também queda no valor do euro, para US$ 1,125 (em dezembro passado, a cotação era de US$ 1,250, segundo o site portalbrasil.net). 

Os dois países já tiveram seus momentos gloriosos, mas agora são duas nações que inspiram mais pena do que admiração.

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