Quem utiliza telefone com sistema Android já deve estranhar alguns aplicativos estranhos. Às vezes, há a oportunidade de testá-los, mas não funcionam como deveriam. Outros até que funcionam, mas são versões gratuitas de programas pagos e não muito mais eficientes. Por fim, há os aplicativos perigosos, capazes de prejudicar o usuário com malwares.
Há maluquice para tudo. Eis algumas utilidades:
- Transformar o celular em caneca para chope
- Fazer o usuário cuidar de seres estranhos como mascotes, desde criaturinhas aborrecidas até mesmo objetos inanimados, como pedras
- Emitir sons de alta frequência para fazerem cães pararem de latir (alguns garantem seu funcionamento, de acordo com a propriedade dos animais ouvirem sons acima de 20 kHz, inaudíveis aos seres humanos)
- "Microscópio" ou "lupa".
- Emissor de raio-X.
- Proteção contra vírus (muitos deles são, na verdade, portas de entrada para isso).
- Turbinar a internet fornecida pelo plano de telefonia móvel.
- Traduzir o ganido do seu cão, o ronronar do seu gato ou o borbulhar do peixinho no aquário.
- Desfragmentar a memória de armazenamento (isso só funciona em discos rígidos de computador!)
- Fazer a bateria recarregar por meio de chacoalhadas.
- Detector de mentiras (Que ironia! Não há mentira maior do que programas assim...)
Antivírus para Android: alguns desses acabam trazendo mais problemas do que soluções |
E por aí...
Em troca, o usuário ganha mais aborrecimentos, como aguentar anúncios chatos e invasivos, às vezes indecorosos (tal como vender algo para aumentar o pênis). No final, o programa só ocupa espaço precioso na memória, e o usuário vai precisar gastar um pouquinho do seu tempo para desinstalar o aplicativo. Tudo na esperança de aumentar a utilidade de celulares velhos ou aqueles comprados a suaves prestações mensais. Não são poucos aqueles que procuram alguma panaceia, do tipo vacina com 100% de eficácia (nem aquela contra varíola, doença que nem existe mais, chegava a isso), ou simpatia para tirar a sorte grande e ganhar na Mega Sena. Parece ser este o público-alvo para esses programas fajutos.
N. do A.: A inundação de aplicativos brasileiros com o perfil descrito acima parece refletir a cultura do "jeitinho" nos usuários de Android (existem muitos outros para iOS, também), e os desenvolvedores estão aproveitando esse vasto mercado. Por falar em "jeitinho", foram flagrados casos de pessoas fora do grupo de risco tentando "furar a fila" para tomar a vacina contra a COVID-19. Não há doses suficientes para todo mundo, apenas para profissionais de saúde e idosos, mas muitos deles ficam sem oportunidade por causa dos metidos a espertinho, muitos deles pensando que a vacina trará efeitos imediatos como um milagre, para dar "superpoderes" contra o coronavírus na noite seguinte, durante as festas com aglomerações e sem máscaras.
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