As redes sociais nunca estiveram tão contestadas.
Usuários reclamam das novas diretrizes do Whatsapp, sob domínio do poderoso Facebook. Agora os dados pessoais dos usuários serão comparados com os da rede social, sob o pretexto de evitar contas fantasmas. Isso gerou debates sobre privacidade - e isso é algo ilusório desde sempre, pois nossos dados, principalmente localização, por meio do IP, estão sempre à disposição da rede. O problema maior é o aumento do controle do Facebook sobre os usuários para decidir quem merece ou não usufruir de seus serviços.
Por conta disso, os partidários de Donald Trump estão atacando as grandes corporações da Internet, principalmente as donas das redes sociais, por banirem o presidente dos Estados Unidos sob acusação de incitar a violência. Isso gera um precedente perigoso, pois qualquer um pode ser impedido de usar as redes se defende certos pontos de vista considerados reprováveis, como racismo ou defesa intransigente de certas religiões em detrimento de outras. As chamadas big techs podem tomar medidas draconianas para proteger usuários das ofensas, como se fosse uma espécie de polícia política. Na prática, a liberdade de expressão na Internet fica ameaçada.
O banimento de Trump e outros usuários vistos como radicais alimenta teorias conspiratórias mais delirantes e paranoicas, enquanto ativistas de causas bem intencionadas acabam por defender a tutela dos administradores de redes sobre as atividades dos usuários, ao invés de garantir a livre circulação de ideias e a autonomia das pessoas sobre como administrar os seus dados e expressar as suas opiniões. Sim, muitos usuários são menores de idade e precisam de orientação, outros são mais suscetíveis às críticas e se ofendem com mais facilidade, e há os menos instruídos e mais crédulos, presas mais fáceis de informações falsas. Contudo, qualquer ato provindo de grupos ou dos controladores das big techs pode e deve ser questionado, para evitar e combater atos discricionários e arbitrários, sufocando a liberdade dos internautas.
Seria melhor se as redes sociais se preocupassem mais com a segurança de dados dos usuários e menos com o conteúdo destes, pois os divulgadores de vírus e outras ameaças (como os ransonwares e os mecanismos de phishing para golpes financeiros) não devem ser considerados menos perigosos do que as fake news.
Este assunto renderia um artigo muito mais extenso e elaborado, mas o autor deste blog tem outras atividades e não se sustenta com as postagens publicadas neste espaço da internet.
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