O Brasil é um país enorme cuja população fala variantes do português, em diferentes dialetos. Ainda assim, é apenas um idioma falado na maior parte da população, com pequenos núcleos de outras línguas, entre os indígenas, quilombolas, imigrantes e parte de seus descendentes.
Países muito menores possuem uma diversidade linguística muito maior, onde partes expressivas das populações falam idiomas diferentes do oficial, ou dois idiomas oficiais.
No primeiro caso, está a Itália, cuja língua oficial é o italiano, derivado do antigo toscano. Existem várias outras, parecidas por terem a mesma origem (o latim), mas consideradas independentes, como o vêneto na região de Veneza, o sardo na Sardenha, o friuliano na região de Friuli (norte da Itália) e o occitano (variante do provençal falado no sul da França), além de uma expressiva população falante do alemão no chamado Tirol italiano, no extremo norte do país. A Espanha também é conhecida por sua diversidade em termos de idiomas, como o catalão na Catalunha e o galego na Galícia, este último mais aparentado ao português do que ao castelhano, o espanhol padrão.
No segundo caso, encaixa-se o Paraguai, que possui o espanhol (castelhano) e o guarani como idiomas oficiais. A Bolívia também possui vários idiomas de origem indígena como oficiais, além do espanhol. Um deles é o quíchua, o mais difundido na região dos Andes e falado pelos antigos povos da chamada civilização inca, sendo língua oficial também no Peru e falado na Colômbia, no Equador, no Chile e na Argentina.
Os dialetos do português brasileiro são perceptíveis entre eles, motivos de deboche, piada ou mesmo discriminação, mas também de admiração e respeito. Nenhum deles segue rigorosamente as normas consideradas formais de pronúncia. Os dialetos principais são:
- Caipira, falado no interior de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e oeste de Minas Gerais, com a pronúncia caracterísitca do r, herdada dos indígenas de etnia tupi.
- Costa norte, encontrado no Nordeste, principalmente no Ceará, mas também no Piauí e partes do Maranhão e Rio Grande do Norte, macaqueado em algumas novelas da Globo.
- Baiano, falado na Bahia e em Sergipe, conhecido pelas abreviações de palavras.
- Fluminense, dialeto típico do interior do estado do Rio, mas também no Espírito Santo, região de Juíz de Fora e na cidade de Bananal, no Estado de São Paulo.
- Gaúcho, o indefectível sotaque chamado de "sulista", com influência do espanhol.
- Mineiro, também muito conhecido e falado principalmente no interior do estado de Minas Gerais; possui certas afinidades com o dialeto caipira, mas não pode ser confundido com ele, hábito do pessoal vivente nas metrópoles do Rio e de São Paulo.
- Nordestino, encontrado em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e outros estados; não pode ser confundido com o dialeto cearense nem com o baiano.
- Nortista, dialeto falado pela gente na região da Amazônia, com muita influência dos idiomas indígenas.
- Paulistano, o sotaque marcado pela influência italiana, falado pelos habitantes da grande metrópole paulistana e outras cidades da Grande São Paulo, cheios de meu, ôrra e da hora.
- Sertanejo, falado no Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
- Sulista, falado no Paraná e Santa Catarina, com a peculiar pronúncia do e final; é influenciado pelos idiomas dos imigrantes europeus.
- Florianopolitano, também conhecido como "manezinho da ilha", dialeto próprio de Florianópolis, a capital de Santa Catarina, com suas diferenças em relação ao linguajar dos sulistas.
- Carioca, bastante ridicularizado por ser falado nas novelas da Globo, foi marcado pela vinda da Família Real em 1808, instalada na então capital do Brasil; por isso, os habitantes da "Cidade Maravilhosa" herdaram a pronúncia do S lusitano.
- Brasiliense, uma mescla dos vários dialetos dos trabalhadores contratados para construir a atual capital do Brasil, vindos principalmente do interior do Centro-Oeste e do Nordeste.
- Serra Amazônica, dialeto com características entre o amazônico e o sertanejo, falado principalmente na parte desflorestada da Amazônia.
- Recifense, uma variação do dialeto nordestino falado em Recife, Olinda e outras cidades do litoral pernambucano.
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Mapa do Brasil dividido em regiões onde predominam determinados dialetos (do site thefools.com.br) |
Independentemente da região, muitos vão expressar seu descontentamento com os aumentos nos preços das apostas das loterias (verdadeiro hábito nacional, também chamado de "imposto sobre os tolos"). Quem tem o costume de comprar produtos importados também vai usar suas expressões dialetais para xingar o governo, pois a isenção de taxas para itens até US$ 50 acabará.