quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Da série "Grandes varejistas do passado", parte 9 - Lojas Hermes Macedo

 Na última postagem, foi abordada uma rede conhecida pelos paranaenses, e, continuando nessa linha, vamos mostrar mais uma varejista nascida em Curitiba, a nacionalmente conhecida Hermes Macedo, conhecida como HM. 

Não confundir com a H&M, a loja de departamentos sueca especializada em moda, e nem com a HM Móveis ou a HM Pneus (possivelmente, no caso dessas duas últimas lojas, o nome é uma homenagem). A HM curitibana tinha como principais produtos acessórios automotivos. Começou como uma pequena loja de autopeças importadas para caminhões, quando a indústria automobilística nem existia, em 1932, por um jovem mal saído da adolescência, Hermes Faria de Macedo (1914-1993). 

Um dos últimos logotipos das lojas HM


Hermes e seu irmão Astrogildo começaram a expandir seus negócios, passando a vender também eletrodomésticos. Após se formar em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o empresário mandou montar lojas para fora de Curitiba. Assim, em 1942, surgiu a primeira loja em Ponta Grossa. 

Fachada da primeira loja em Curitiba (Divulgação)

Depois de abrirem lojas nas principais cidades do norte do Estado (Londrina e Maringá), os Macedo se arriscaram a vender seus produtos em São Paulo. Em 1957, instalaram-se num prédio de dez andares na Avenida São João. Por aqui na capital paulista, a HM era mais conhecida pelas suas autopeças, sendo uma das maiores distribuidoras dos pneus Goodyear. 

À semelhança de outros casos, a HM, com o nome de "Hermes Macedo S/A Importação e Comércio", passou a fazer parte de um conglomerado que incluia uma financeira, mais tarde o Banco HM, e HM Náutica e outras empresas, como a Alfa Serviços de Crédito e Informática. 

Em 1981, de acordo com um artigo de Aramis Millarch, jornalista do Estado do Paraná, em 1981 (leia AQUI) a HM chegou a ser a maior varejista do país, aproveitando uma queda no patrimônio líquido da Mesbla, outra gigante agora morta. Na década de 1980, chegou a ter 285 lojas. 

Abaixo, um dos comerciais famosos da varejista, datado de 1973 (Canal POAPARTS), durante o chamado "Milagre Econômico", que favoreceu as grandes lojas com o aquecimento da economia e o aumento do consumo: 


Aproveitando o sucesso, o grupo fundou s Loja Garcez, para um público de maior poder aquisitivo. A iniciativa logo fracassou. 

Na década de 1990, o Plano Collor dificultou a vida das varejistas com o confisco dos ativos, fazendo muitos consumidores deixaram de comprar. Disputas familiares se acirraram com a morte da mulher de Hermes Faria de Macedo, e, pouco tempo depois, em 1993, o próprio morreria, aos 79 anos. Incapazes de enfrentar os desafios da concorrência interna, dos produtos chineses e da grande crise asiática de 1997, o conglomerado ruiu, nesse mesmo ano. 


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