quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Charges políticas não são mais as mesmas

 As charges políticas são uma válvula de escape para o leitor dos jornais, cansado de ver os desmandos das pessoas públicas, nas democracias. 

Infelizmente, está difícil ver uma boa charge. O que se vê são trabalhos muito presos ao conceito do "politicamente correto" e do chamado "woke" (a famigerada ideologia do "acordado" para as questões sociais), tentando mostrar seu engajamento a determinadas causas. Assim, eles se voltam principalmente para "conscientizar" o leitor do "perigo" de algumas figuras, como Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos. Isso acaba poupando o governante vigente das sátiras, fazendo o jornalismo ficar mais próximo de um "armazém de secos e molhados", como disse o saudoso Millor. 

No Brasil, os trabalhos dos chargistas realmente se encaixam no conceito descrito no parágrafo anterior, com poucas exceções. É muito difícil encontrar uma crítica bem humorada ao atual presidente, Lula. Todavia, os jornais não se preocupam com o risco de afastar os leitores mais críticos. Para boa parte deles, é importante comemorar a "recuperação" do país após um período de governo bolsonarista, mesmo apagando o passado de muitos profissionais, que antes não perdoavam o Lula durante os seus dois primeiros mandatos, principalmente após a descoberta do Mensalão. 

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