O dono deste blog não é especializado em música,mas já leu algo sobre a teoria musical, baseada no sistema tonal ocidental, formado por doze notas básicas: dó, dó sustenido, ré, mi bemol, mi, fá, fá sustenido, sol, lá, si bemol e si,
As notas são as bases das escalas, em dois tipos de tons, o maior e o menor. Costuma-se afirmar que os tons maiores são alegres e os menores são tristes. Ou, de forma mais abrangente, os tons maiores exprimem sentimentos positivos e os negativos reproduzem os negativos. Assim, por exemplo, a escala de dó maior, formada pelas sete notas musicais aprendidas na infância, exprime algo feliz e inocente, Sua relativa, formada pelas mesmas notas, é lá menor, um tom triste mas sem afetação. O tom de sol maior já tem uma nota "acidentada", a fá sustenido, daí a partitura já indicar um símbolo de sustenido (o jogo da velha) correspondente à essa nota. Essa escala não exprime algo tão inocente, mas é ainda mais alegre que a escala de dó maior. Outras escalas exprimem algo semelhante, como fá maior ser rústica e festiva, ré menor ser amarga e severa, dó menor ser agressiva, etc.
O andamento também influenciaria, sendo os mais lentos ("andante", "adagio", "largo") tristes ou tranquilos, e os mais rápidos ("allegro", "vivace", "presto") animados ou agitados, dependendo da tonalidade.
Os compositores não necessariamente adotam esses "sentimentos" como regra. Assim, temos a festiva Abertura Festival Acadêmico, de Johannes Brahms (1833-1897), fundamentalmente em dó menor, a mesma do dramático primeiro movimento da Quinta Sinfonia, de Ludwig van Beethoven (1770-1827). Os dois compositores alemães citados, aliás, tendem a julgar a música como incapaz de narrar cenários, ao contrário de outros, como Richard Wagner (1813-1883) e os compositores de trilhas sonoras para filmes e seriados da televisão.
Vale lembrar que o polonês radicado na França Fréderic Chopin (1810-1849) escreveu o Estudo Op. 10 n. 3 chamado Tristesse, sendo uma música realmente bem triste, embora escrita em mi maior.
Caso alguém transformasse os acontecimentos atuais em música, certamente adotaria o tom menor e andamento bem rápido, para "descrever" uma tempestade. Ou, pior, uma cacofonia, sem harmonia ou melodia, para tentar reproduzir a bagunça reinante.
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