sexta-feira, 9 de maio de 2025

Os desafios de Leão XIV

Continuando a postagem anterior, o novo papa Leão XIV precisará enfrentar vários desafios, de ordem religiosa, política e pessoal. 

Desde há muito tempo, os católicos perdem fieis e negligenciam tarefas importantes, como a evangelização, o ensino da doutrina, a aproximação dos sacerdotes com seus fieis. Parece haver dificuldade em conciliar os desafios da vida contemporânea com a tradição, e muitos membros do clero não se preocupam em aplicar as suas pregações às suas vidas. Além disso, há séculos a Igreja precisa enfrentar as consequências de práticas nefastas, provindas da corrupção política, abusos de poder, tráfico de influência, pedofilia e nepotismo, e por causa disso a imagem da religião católica parece arruinada ad aeternum, a despeito dos esforços dos últimos papas para a moralização e a modernização do catolicismo. 

Isso lembra também as acusações pessoais contra Robert Prevost. Três mulheres, cujos nomes a mídia custa a revelar, reclamam contra ele por falta de providências contra abusos sexuais cometidos por padres no Peru. Um deles seria James Ray, denunciado pela SNAP (Survivors Network of those Abused by Priests, ou rede de sobreviventes de abusos por padres, em tradução livre) por molestar menores de idade no Peru. Outro nome próximo do atual papa é o Reverendo Richard MacGrath, acusado de pedofilia e estupro de meninos. Nada se provou de forma cabal, pessoalmente, contra Prevost, mas isso será explorado de uma forma ou outra. 

Essas acusações pessoais se somam às críticas feitas pelos conservadores por ser um membro assumido da ala progressista da Igreja, considerada muito receptiva às ideologias estranhas à Igreja, como o marxismo. Grupos nacionalistas deploram boa parte dos progressistas por supostamente serem cúmplices da deterioração dos costumes dos povos e serem influenciados por autores como Antonio Gramsci e Leon Trotsky, vistos como fontes de influência de defensores do chamado "globalismo", para minar as culturas locais e os valores tradicionais das nações. 

Independente disso, o novo papa é testemunha, como muitos cidadãos, das "guerras e rumores de guerras", na Terra Santa, na Ucrânia e, agora, entre Índia e Paquistão, dois países detentores de armas nucleares, vistos como inimigos mortais entre si e possuem um histórico comum de hostilidade contra os cristãos, inclusive os católicos. Nos países ocidentais, há muitos conflitos ideológicos, inclusive entre grupos vistos como monopolizadores da verdade, impondo suas visões acerca de vários assuntos, inclusive a origem e os ensinamentos de Jesus Cristo. Isso, como se adiantou na postagem anterior, remete ao Evangelho de Mateus, capítulo 24, sobre a vinda Dele. 

São questões bastante relevantes para o papa Leão XIV abordar, para garantir o êxito de seu pontificado e o futuro da Igreja Católica. 

O papa Leão XIV terá a difícil missão de comandar a Igreja Católica (EFE/EPA/Angelo Carconi)


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