terça-feira, 6 de julho de 2010

06/07 - Podia ser tudo diferente!

Podíamos, neste momento, ter comentado sobre o jogo das semifinais do Brasil.

Infelizmente, o Brasil já está fora da Copa, e isto é fato. Não cabe mais apontar um ou outro fator disso ter ocorrido. A Copa de 2010, para a Seleção brasileira, já é parte do passado.

Muita gente estava sonhando com Brasil x Uruguai ou, ainda, com Brasil x Gana. Com o Uruguai, o Brasil não teria lá muitos problemas, já que Suárez, o melhor jogador deles, está suspenso por ter bancado o goleiro e cedido um pênalti - aquele mal cobrado por Gyan. Já com Gana a história seria bem diferente, pois o time africano provou não ser o mesmo da Copa de 2006, quando era bem mais inocente.

Chega de lamentar as jabuticabas podres. O jogo é Uruguai x Holanda. Ponto final.

O Uruguai estava querendo reviver os áureos tempos, quando a Copa tinha muito menos participantes. Sonhava em repetir 1950. Infelizmente, em 2010, estava na situação de azarão, ou seja, estava cavalgando a zebra contra os holandeses.

E aos 17 minutos de jogo, já tomou o gol. Van Bronckhorst chutou fora da área, muito difícil para Muslera, o goleiro sul-americano que salvou o Uruguai dos ganeses, defender.

Os uruguaios sentiram o gol, e por isso tiveram de se esforçar para melhorar o seu jogo. Os neerlandeses, por sua vez, ficaram na defesa e aos poucos se irritaram com o estilo uruguaio, diferente do brasileiro. Forlán consegue o gol de empate aos 40 min. com um chutão. As esperanças do Uruguai se renovam, e a Holanda já passa a se preocupar com o relinchar do equino listrado.

Por falar no animal africano, no segundo tempo os jogadores dos pampas voltaram melhores, animados com a possibilidade de roubar a vaga. A Holanda só estava valorizando a posse de bola e indo aos contra-ataques, e teve certa dificuldade para lidar com os novos rivais sul-americanos. Houve chances de ambos os lados. E a Holanda foi aos poucos se soltando, até fazer um gol LEGITIMADO de Sneidjer (24 min.), falha do árbitro uzbeque e do bandeira cazaque, que prejudicou o Uruguai. A caixa de Pandora se abriu de vez, quando três minutos depois, baixou de novo o espírito de 1974, sem a anarquia dos tempos do Carrossel Holandês. Robben ampliou.

Os sul-africanos, cujas razões para não torcerem para a Holanda já foram expostas em postagens anteriores, sopravam as vuvuzelas e vibravam quando o Uruguai estava com a bola. Esqueceram do jogo das quartas entre os sul-americanos e Gana, a sensação da África. Quando os neerlandeses finalizavam, a torcida se calava.

Mas o Uruguai não estava morto. Loco Abreu, o polêmico, entrou, e deu movimentação ao time. Aos 46 min., já nos acréscimos, os sul-americanos diminuíram e mostraram o arrojo que faltou à equipe de Dunga. Eles pressionaram até o fim. E para aumentar o nervosismo de ambos (e de meio mundo), o árbitro do Uzbequistão esqueceu o cronômetro. Era para terminar aos 48 min., e o apito final foi aos 50.

O Uruguai ficou fora das finais, quando tudo estava tão perto. Pelo menos vão disputar o terceiro lugar, nada mal para um time que parecia decadente. Eles tiveram motivos de sobra para brigar com o árbitro, pois se o gol impedido fosse tratado como se devia, o jogo iria para as prorrogações. Porém, preferiram ajustar contas com o time rival.

Por outro lado, a nova Laranja Mecânica está nas finais, com menos romantismo e improviso, e mais organização e solidez. Vai co-protagonizar uma final européia, a primeira da história das Copas fora da Europa, pois a rival será Alemanha ou Espanha. Competência para enfrentar qualquer uma dessas eleições a Holanda tem. Será que vai calar as vuvuzelas de novo, e ser campeã pela primeira vez?

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