domingo, 11 de julho de 2010

11/07 - Jabulani, vuvuzelas, Paul. É o fim de uma Copa folclórica.

Iniesta apareceu e ofuscou Villa, que nada fez na final (aqui, driblando Vanderwaart para chutar no gol - fonte: iG)


A primeira Copa realizada na África será difícil de esquecer.

Primeiro, devido ao nome da bola. Jabulani, que significa 'Celebrar', no idioma KwaZulu (segundo a Wikipedia, sempre ela). Nunca uma bola foi tão difamada, acusada por goleiros e atacantes. Consta que muitos dos críticos eram patrocinados pela Nike, enquanto esta bola teve a marca da Adidas.

Segundo, as vuvuzelas, terríveis armas de destruição em massa. De audições alheias. Usadas pela torcida sul-africana até mesmo - e principalmente - quando não havia time africano entre as quatro linhas.

Terceiro, o polvo alemão Paul, que acertou todas as previsões da Copa, até a vitória da Alemanha na disputa do terceiro lugar. Quanto à final... vou revelar após falar sobre a grande final, de dois times que nunca ganharam nenhuma Copa.

A Holanda tinha, ao menos, disputado duas finais, e perdido ambas. Em 1974, era a Laranja Mecânica, e os alemães a desmontaram. Em 1978, perdeu para a Argentina, numa das Copas mais infames da História. Quanto à Espanha, nunca passou das oitavas-de-final, apesar de seu jogo sempre ofensivo.

Nesta Copa, o ataque espanhol não estava eficiente, e o fato de ser apontada como favorita mais atrapalhou do que ajudou. Os holandeses eram mal vistos pelos sul-africanos. Não eram, exatamente, a Laranja Mecânica de 1974, e tinham um futebol bem mais pragmático (leia-se mais feio, conforme o futebol vigente).

Um invasor espanhol, Jaume Jauquet, conhecido como "Jimmy Jump", quis estragar a festa e conseguiu driblar a segurança para tentar roubar a Taça Fifa.

O jogo, mesmo, foi uma batalha, com muitas faltas e cartões amarelos. Os holandeses, de Laranja Mecânica, estavam de novo bancando a Laranja Irritante, com muitos chutões e retranca. Para piorar, abusaram da violência. A Fúria não conseguia vencer a defesa neerlandesa e investia como Don Quijote contra os moinhos de vento (um símbolo muito adequado para o jogo). Nas poucas chances da Holanda, Robben abusou do direito de perder gols.

Nada do placar mudar. Estava no zero, tal como o número de taças que as duas seleções ganharam antes de 2010.

O jogo seguiu para a prorrogação e a Espanha voltou a lembrar a velha Fúria, mas perdendo muitas oportunidades. Eles encontraram mais espaço quando Heitinga fez falta dura em Iniesta e levou o segundo cartão amarelo, sendo expulso.

Aos 10 min. do segundo tempo, num lance polêmico para os holandeses mas não para a televisão, Iniesta recebeu a bola em posição legal e marcou.

Era o fim do sonho holandês de conquistar um título, logo num país que odiava qualquer coisa que lembre o apartheid. Mais um título que pereceu, e desta vez de forma indigna, pois eles resolveram apelar para a pancadaria e a retranca, e não para o futebol que demonstraram saber jogar. E o prêmio a uma seleção que sempre tentava impor um futebol mais ofensivo. Primeiro, conquistaram a Eurocopa em 2008. Agora, pela primeira vez na História, ganharam uma Copa.

A Fúria mereceu ganhar a Taça Fifa.

E o polvo Paul? Ele apostou na Espanha. Acertou todos os prognósticos desta Copa! Merecia o título de verdadeira mascote da Copa 2010 (e não o leopardo cabeludo que passou quase despercebido).

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