Com o aumento exorbitante do preço de alguns gêneros alimentícios, como feijão e carne, devido à quebra de safra provocada por distorções do clima ao longo do ano, a inflação no mês passado ficou em 1,04%.
Esse índice é muito alto e está num patamar intolerável. E o governo, com o seu pouco zelo pelo dinheiro público, em nada contribui para amenizar isso. Limita-se a manter altas as taxas de juros, o que realmente segura a inflação, mas isso é um paliativo perverso que ainda por cima afeta a circulação de dólares na economia.
Argumenta-se que a causa principal da alta da inflação é uma sazonalidade, ou seja, os preços dos gêneros agrícolas, mas todos nós devemos ficar atentos para taxas como essas não serem recorrentes. Isso porque muitos vão além do hábito de repassar os aumentos (o que é perfeitamente compreensível), impondo aumentos de preços além dos limites com a justificativa de corrigí-los (os "aumentos preventivos").
Charge de Gizé feita para a revista Veja em 1999, cinco anos depois do fim do flagelo inflacionário
Até 1994, quando o Plano Real foi implantado, os índices inflacionários eram terríveis. Para se ter uma idéia, em 1988 a taxa de inflação de 1% era diária, e não mensal. E chegou a ficar muito pior: 84% só em março de 1990, com a posse de Fernando Collor e a imposição do famigerado "Plano Brasil Novo" (sic) que confiscou a poupança dos brasileiros. Quem vivenciou essa época já sabe das dificuldades de se ter o valor do dinheiro depreciado dia após dia, principalmente os trabalhadores sem meios para defender seu salário (poupança, fundos de renda fixa, etc.). A inflação não pode voltar nunca mais.
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