terça-feira, 30 de novembro de 2010

Parece ironia

Quando, por aqui, a polícia fez muita gente correr, principalmente na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, o principal astro de "Corra que a Polícia Vem Aí"(*), Leslie Nielsen, morreu. 

Ele foi astro de comédias ao estilo besteirol, como Apertem os cintos, o piloto sumiu!, Todo Mundo em Pânico 3 e 4 e Mr. Magoo. Curiosamente, começou a carreira fazendo papéis de galã, em filmes como O Destino de Poseidon (1972). 

Foi o tenente Frank Deblin que o projetou internacionalmente. Não dá para não rir ao lembrar das primeiras cenas em que ele aparece, no primeiro Corra..., onde ele, sozinho, distribuía pancadas em vários líderes de países inimigos, revelava a cabeleira punk do aiatolá Khomeini (então líder supremo do Irã) e a falsidade da mancha na testa do Gorbatchev (dirigente da extinta União Sovietica).

 O policial Frank Deblin em ação no filme Corra que a Polícia Vem Aí

Uma infeliz coincidência, entre o passamento de Nielsen e a ação policial (bem mais séria) na vida real, bem longe dos EUA.


P.S.: em outra infeliz coincidência, outro mestre da comédia foi morrer no dia 29, enquanto Nielsen se foi no dia 28: Mario Monicelli, o genial cineasta italiano de O Incrível Exército de Brancaleone, resolveu se jogar do quinto andar num hospital de Roma, desesperado com a notícia de que tinha câncer na próstata; uma vida longa (95 anos) de comédias que acabou em tragédia. 


(*)Na verdade, o título não é uma tradução literal, como muito se faz em filmes de Hollywood ou mesmo produções de outros países. Originalmente, o título é 'Naked Gun' (algo como 'arma descarregada', em tradução não literal).

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