Mais uma vez ocorre o previsível: as enchentes na nossa cidade.
Os paulistanos que tiveram a sorte de não perder bens devido às chuvas torrenciais cansaram-se de ver a mesma notícia: estradas alagadas, casas e carros destruídos, pessoas desabrigadas, mortes. E mais uma vez tiveram de ouvir o prefeito culpar as chuvas, apesar das evidências de descaso: lixo nas ruas, falta de piscinões, negligência ao tratar da impermeabilização crescente da cidade.
Já as vítimas das enchentes estão cansadas de cobrar providências do poder público, enquanto a cada enchente vão perdendo bens e até familiares com essas tragédias.
Encararemos isso como algo natural? Então neste ponto estamos na Idade Média! Culpar Deus, São Pedro ou o destino é fácil e errático. Difícil é deixar de jogar lixo na rua ou nos cursos d'água cuidar melhor das árvores, fazer calçamentos menos impermeáveis à chuva, construir piscinões, tratar os esgotos, impedir a ocupação irregular de terrenos e mananciais, providências que são tratadas como simples blablablá e assunto de demagogia, quando deviam ser feitas a cada momento nesta cidade. Quem costuma dizer que a cidade irá sofrer grande perigo de se tornar inabitável, por outro lado, é considerado alarmista, quando na verdade faz o papel de Cassandra: diz a verdade, mas ninguém leva a sério.
Estaremos condenados a sofrer novamente por isso nos anos seguintes? Já passou a hora de tentar mudar essa situação.
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