No último dia de governo de Lula, ele, após muita espectativa, decidiu não extraditar o ativista italiano Cesare Battisti, considerando-o "vítima de perseguição política" devido às acusações de ter matado quatro pessoas em suas atividades extremistas.
Alegaram que tudo foi por causa de delações de seus companheiros já presos, dispostos a amenizarem suas penas, quando Battisti já havia fugido para a França, onde ficou refugiado antes de vir para o Brasil.
O STF, respeitando o tratado firmado entre Brasil e Itália sobre foragidos da Justiça, decidiu pela extradição, por julgar que Battisti não fugiu da Itália por perseguição política, e sim porque cometeu crimes comuns e deveria responder por eles. Porém, Lula e o Itamaraty pensaram diferente. O problema piorou quando o mesmo STF autorizou Lula a dar a palavra final. Lula ficou meses a não pensar no assunto, até ser praticamente obrigado a decidir. E fez bem no finalzinho do mandato, para deixar as consequências de seu ato para a sucessora.
O governo italiano protestou e ameaçou até fazer boicote aos produtos brasileiros. Já disse que vai recorrer até ao Tribunal Internacional de Haia, e as relações bilaterais ficaram abaladas, a ponto de se falar em ruptura, algo muito improvável de acontecer. Porém, isso renderá uma bela dor de cabeça à Dilma e ao Itamaraty. Enquanto isso, Battisti permanece preso, pois a Justiça brasileira jamais o considerou um refugiado político e mandou prendê-lo assim que desembarcou.
Recentemente, vi no blog do viajante Paulo Rollo, que percorreu quase todo o mundo em 8000 dias, uma opinião a respeito do assunto. Rollo, autor do livro Até os Confins do Mundo, percorreu o mundo todo a bordo de várias motos e automóveis, e por isso adquiriu vasta experiência na geografia, na cultura e até nas leis dos países pelos quais rodou. Leia aqui.
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