segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Dilma dá o tom

Estou de volta ao blog depois de uma pausa durante a virada do ano. 2010 foi um ano duro e 2011 promete ser melhor.
Lula entrega a faixa a Dilma e o ano de 2011 finalmente começa

A presidente, ou a presidenta, Dilma já mostrou que não é o Lula e nem sempre vai seguir as recomendações de seu velho mestre. 

Para começar, o estilo dela é bem mais protocolar, como se pôde notar durante a posse. Seguiu o cerimonial de forma correta, ao contrário do ex-presidente Lula, que fez questão de desafiar o roteiro até o fim. Lula jogou-se nos braços de centenas de pessoas durante a despedida, antes de finalmente embarcar no avião com destino a São Paulo.

Seu estilo é muito diferente do de Lula, como se podia notar na posse. Contida e aparentemente racional, ela parecia a antítese do emotivo antecessor e mentor. 

Nos discursos, ela tocou nos assuntos da reforma tributária e no controle dos gastos públicos. A responsabilidade para com NOSSO DINHEIRO não foi uma prioridade do governo anterior, e o montante destinado a sustentar um governo inchado e incapaz de suprir as necessidades básicas da população é, sim, uma herança maldita herdada do ex-presidente. Contudo, com a presença maciça do PT e aquele famigerado e inesquecível aumento dado a parlamentares, ministros e à própria Dilma, fica difícil acreditar em saneamento das contas. No máximo, elas podem parar de aumentar. 

Domingo passado, ela não descansou e foi se reunir com alguns representantes dos governos estrangeiros (Hillary Clinton, que compareceu à posse e tirou fotos com a Dilma, ficou de fora). O resultado concreto dessa reunião será sentido pelo Brasil ao longo de 2011, e também em 2012, 2013 e 2014. A presidente parecia uma workaholic, ao contrário do Lula, retratado por muitos como avesso ao trabalho apesar de ter sido representante da classe trabalhadora. 

Finalmente, ela mostrou que é mais afeita às privatizações do que o Lula e a maioria do PT. A Folha de hoje diz que ela vai deixar a construção de novos aeroportos e a ampliação dos já existentes para a iniciativa privada. Ela bateu à vontade no PSDB e no FHC, mas sua atitude parece ser mais de uma tucana do que de uma petista. Não que isso seja um defeito, pois a ampliação dos aeroportos pode muito bem ser feita sem a tutela do Estado, cujas prioridades deveriam ser a saúde, a educação e a segurança pública. Muitos, porém, temem como isso será feito, já que muitas licitações sofrem justas suspeitas de fraude e os gastos poucas vezes correspondem aos planejados inicialmente, devido aos velhos problemas de sempre (corrupção, superfaturamento, desvios...).

Com 2011, o Brasil vai dar início à era Dilma. Vejamos se ela vai continuar nessa linha inicial, diferente do lulismo, ou se ela vai confirmar as suspeitas de correr para pedir conselhos a Lula a qualquer momento.




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