quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Semana de politicagens para todos os gostos

Desde o tempo das capitanias hereditárias o Brasil está sujeito a atos políticos que muitas vezes nem se preocupam em disfarçar suas reais intenções: o lucro fácil e imediato dos autores à custa do prejuízo de outros. É um socialismo às avessas. 

Neste sentido, trabalha o governo, ao se esforçar em blindar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, contra as denúncias de tráfico de influência que lhe valeram, segundo denúncias, rendimentos milionários a partir de 2009, quando deixou a prefeitura de Belo Horizonte para assumir o Ministério. O presidente do Senado, José Sarney, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, trataram de defender o ministro. Porém, isso não faz parte do trabalho de ambos. Cabe à Justiça investigar, não condenar sem provas e muito menos acobertar um acusado. 

Outro caso semelhante envolve o Judiciário. Querem esvaziar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e impedir que ele investigue as ações contra juízes. Com isso, nossa justiça, já tão ruim com o CNJ trabalhando, poderá favorecer, ainda mais, não só os juízes corruptos mas qualquer um disposto a passar a vida à margem das leis. 

Também a própria Fifa segue esta mesma cartilha, ao não assumir os prejuízos que a Copa de 2014 poderá causar, se houver algum desastre natural ou algo que prejudique o faturamento dos ingressos e da venda de produtos autorizados. Com isso, ela conseguiu unir o governo e a oposição contra ela - como já era esperado. Algumas exigências da entidade, como criar tribunais especiais para julgar assuntos decorrentes da Copa e vender apenas uma marca de cerveja - a Budweiser - em caso de aprovação da venda de bebidas alcoolicas nos estádios, de tão absurdas e contrárias à Constituição, já repercutem pessimamente até em quem costuma rir do chauvinismo alheio.

Muito se diz que nós, brasileiros, toleramos demais os gestos desses ilustríssimos senhores, ávidos pelo NOSSO DINHEIRO. Mas uma cultura deformada pela falta de instrução e desacostumada com valores trazidos por nações mais organizadas e desenvolvidas - como respeito às leis e às regras de convivência, ética e democracia - não muda assim tão rápido nem tão fácil. Até lá estamos sujeitos à política da perda de todos para financiar os ganhos de poucos.



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