Uma ciclista foi vítima da selvageria na nossa cidade. Juliana Dias, bióloga e cidadã paulistana, foi atropelada por um ônibus após ser hostilizada por um motorista de carro e de um outro ônibus, em plena avenida Paulista.
Seria surpresa se não acontecesse uma morte assim, em uma cidade onde os ciclistas não têm vez. Por aqui, a bicicleta é encarada apenas como lazer, brinquedo de adultos. Não é vista como deveria ser: um meio de transporte econômico, por não gastar combustível e exigir pouca manutenção.
Como o acidente aconteceu na mais importante avenida da nossa cidade, local de várias manifestações, alguns ciclistas protestaram por lá. Tiveram de ser retirados pela polícia, mas deram o seu recado, de acordo com suas possibilidades.
A cidade vai ter de discutir, urgentemente, o problema da falta de ciclovias. Ela faz parte de um problema maior: o sistemático e francamente inconstitucional desrespeito ao direito de ir de vir, devido aos congestionamentos gritantes, à violência e às contínuas afrontas à lei no trânsito paulistano, somados à falta crônica de um transporte público digno de ser considerado como tal.
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