segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Demasiados humanos. Felizmente.

Barack Obama está envolvido em espionagem contra seus próprios aliados e não consegue criar uma explicação convincente para defender-se ou justificar suas ações. 

François Hollande é acusado de trair descaradamente a mulher para ficar com a bela atriz Julie Gayet. Foram feitos até jogos para satirizar suas puladas de cerca. 

Angela Merkel está até agora preocupada tanto com a espionagem americana quanto as suas fotos vazadas na Internet. Gorda, feia e idosa para os padrões dos frequentadores de banheiros para usos não tão convencionais, sua nudez despertou apenas estranheza para a maioria. 

Por outro lado, outros líderes como David Cameron, da Grã-Bretanha, e Shinzo Abe, do Japão, não escapam dos holofotes. Um fazia grampos telefônicos em 2011. O outro está até hoje sob suspeita de corrupção (no Japão, apesar das punições duríssimas aos corruptos, este problema é ainda muito sério). 

Isso deixando de lado casos de governantes de países emergentes ou subdesenvolvidos, os quais, em maior ou menor grau, fazem parte do problema e não da solução para os governados. Infelizmente, neste caso, estão governantes tão díspares como Vladimir Putin, Cristina Kirchner, Bashar al-Assad, Abdel Fatah al-Sisi e Dilma Rousseff. 

Todos esses líderes mostram que eles são seres humanos como nós, e sujeitos a fraquezas. Contudo, os bons governantes sabem que certos comportamentos são inaceitáveis, e quando não os evitam, procuram neutralizá-los para não prejudicarem a imagem junto ao povo. Para isso eles contam com as respectivas equipes de governo, que aconselham e procuram manter seu líder apresentável. Se o escândalo for inevitável, eles suportam as críticas e as sátiras sem recorrer à repressão, e procuram, na medida do possível, melhorar sua conduta. 

Alguns acham que, por causa disso, seria melhor sermos governados por algum tipo de entidade perfeita, o que é impraticável atualmente. Nossa civilização não produziu ainda máquinas realmente inteligentes, capazes de distinguir o certo do errado. Por muito tempo as máquinas continuarão a depender das decisões de humanos para funcionarem. Quando atingirem o estágio de real inteligência, deverão estar programados não só para se manterem sozinhos mas para captarem sinais verbais e não verbais, tomarem decisões baseadas em fatos e idéias, e fazerem análises mais complexas do que a simples colocação de dados em planilhas sem intervenção alheia. Nesse estágio, muito dificilmente terão comportamentos de empatia com os seus governados, e estarão sujeitos a tomar medidas ora muito duras, ora equivocadas, que poderiam tornar a vida de seus países muito difícil. Por enquanto, máquinas governando homens só existem nos filmes, e boa parte deles apontando um futuro opressivo, distópico. 

Ainda não chegamos a este ponto. E tomara que nunca cheguemos. Possivelmente vamos continuar lamentando os erros dos governantes, esses seres capazes (em termos) de se corrigirem e tomarem medidas melhores. 

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