Nos jornais e portais, não só os do chamado "sul maravilha" acusado de ver no resto do Brasil a quintessência do atraso, as notícias a respeito do Maranhão são as piores possíveis.
Já era intolerável ler sobre os indicadores sociais no estado governado por Roseana, a herdeira da família Sarney que manda por lá há quase cinquenta anos. Com as mortes e decapitações de presos em Pedrinhas, o Maranhão é visto atualmente como um lugar pestífero.
Medidas radicais são pensadas por muita gente, a maioria morando longe do Maranhão e, portanto, só informada sobre o estado pela mídia. A menos radical é a intervenção de Brasília. Daria uma certa popularidade à presidente Dilma, candidata à reeleição, e poderia acalmar um pouco a catástrofe em Pedrinhas, mas não resolveria nenhum dos problemas locais, como a falta de oportunidades, miséria e baixíssimo nível educacional, além da tenaz resistência comandada por Roseana e seu pai, o ex-presidente José Sarney.
Outras idéias, mais mirabolantes e impraticáveis, incluem ações enérgicas para conter as facções atuantes em Pedrinhas (algo semelhantes ao feito em 1992, no Carandiru, não deixaria o Brasil muito bem visto pelos organismos internacionais e pelos turistas que visitarão o país durante a Copa), decapitação dos responsáveis pelo descalabro (isso incluiria colocar os Sarney na guilhotina, como na Revolução Francesa), bloqueio das fronteiras (como se o Maranhão fosse um país pária qualquer). Um bombardeio nuclear em Pedrinhas e no Palácio dos Leões (sede do governo maranhense em São Luís)? Ninguém seria tão doido a ponto de sugerir isso, apesar de alguns revoltados já terem pensado nesse disparate impossível de acontecer (pois o Brasil não tem bomba atômica e os que tem não estão nem um pouco interessados em gastar seu arsenal num lugar desses).
Ontem, um plano emergencial foi feito para administrar a crise. São paliativos, mas medidas factíveis já adotadas em outros estados, como remoção de presos, construção de novas penitenciárias, atendimento a famílias de presidiários, promessas para melhorar as condições de trabalho e treinamento dos policiais. A longo prazo, nada foi formalizado ainda. Apesar de questionadas por especialistas, são medidas que podem funcionar melhor do que uma suposta intervenção federal ou outras medidas intempestivas.
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