terça-feira, 6 de maio de 2014

O sistema Cantareira à beira do colapso. E agora?

Estamos bem próximos de um colapso no fornecimento de água na capital paulista e em várias cidades importantes da região, como Campinas, Paulínia, Piracicaba e Atibaia. 

O nível do sistema está já abaixo 10%. 9,8%, segundo os números. A situação deixa de ser meramente um desafio para milhões de pessoas: já se torna, realmente, uma ameaça. 

Isto aqui é o leito da represa do Jaguari em Vargem, próximo à fronteira com Minas. Não parece (Denny Cesare/Estadão)

Não há previsão de chuvas, pois os meses que compõem o meio do ano, normalmente, são secos na região metropolitana paulista. Existiram algumas exceções, como 2007 e 2013, onde caiu bastante chuva.  

De quem é a culpa? Na certa a Sabesp teve uma boa parcela, ao não fazer o planejamento adequado ao longo de todos estes anos, a fim de diminuir a dependência de um único sistema em casos de necessidade (como agora). A população também não tinha o hábito de economizar água, mas agora está se habituando a isso, da pior forma. 

Não cabe agora lamentar, porém. Cabe a todos colaborarem, enquanto o governo precisa definir com urgência o que fazer. Somente o uso do tal "volume morto", aquele que as bombas do sistema não conseguem recolher por estarem abaixo do nível projetado para a captação, não vai nem de longe resolver o problema. Já não se fala mais em usar a água do rio Jaguari, não o do sistema Cantareira que está quase seco, mas o rio homônimo relativamente próximo que é afluente do Paraíba. Também não há realmente projeto para aproveitar a água do rio Ribeira, bem mais longe daqui. Tudo o que se fala é punir quem gasta demais, 30% para quem gastar acima de 20% em relação à média. A esta altura, quem seria tão imprudente a ponto de consumir tanto assim? 

Enquanto isso, a oposição representada pelo PT aproveita o fato para explorá-lo politicamente, como é esperado. 


P.S.: escrevi no blog que o PT está no poder em Brasília há quase 12 anos e sofre intenso desgaste; o PSDB, aqui em São Paulo, está há 20 anos e, da mesma forma, está cansando muita gente, principalmente porque questões importantes como educação, violência (e infra-estrutura, no caso do abastecimento de água) são pontos fracos da administração tucana por aqui; a grande diferença é que a situação é bem mais favorável a uma alternância de poder lá no Planalto do que nos Bandeirantes. É possível escolher entre Aécio Neves e Eduardo Campos, que não são as pessoas ideais - aliás, ninguém é, a esta altura - para governar o Brasil, mas quem será uma opção para cá? Alexandre Padilha? Paulo Skaf? Gilberto Kassab? O primeiro já tratei aqui neste blog, e o último também. Já o segundo ainda é pouco conhecido por aqui e não parece ser um empecilho à reeleição de Geraldo Alckmin. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário