terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ainda restam três meses para acabar o ano

2014 parece uma série de pesadelos, dos quais vamos tentar nos esquecer sem sucesso. 

Tragédias, assassinatos, catástrofes naturais como a erupção do vulcão Ontake, risco de racionamento de água, crise energética, a Copa da vergonha, Estado Islâmico, guerra na Ucrânia, campanha eleitoral, o risco de eleger Dilma de novo... 

Setembro acabou de terminar, com o dólar enlouquecendo, ameaçando ir para os R$ 2,50, e a Bovespa terminando o mês com mais de 11% de desvalorização. Isso é mau sinal, e é um aviso sobre as consequências de reelegermos a presidentA. Possivelmente haverá mais corrupção, estagflação, o país voltando a ser um lugar ruim para se investir (segundo a S&P, a Moody's e a Fitch) e estacionando nos indicadores sociais (analfabetismo, mortalidade infantil, índice de escolaridade, miséria) enquanto os tradicionais beneficiários do poder continuarão a usufruir do NOSSO DINHEIRO. 

Uma notícia que prometia ser boa acabou sendo ruim: o leilão da internet 4G para a telefonia celular foi mais um insucesso, com o governo arrecadando R$ 4,9 bilhões, muito menos do que pretendia (R$ 7,7 bilhões), e ainda por cima com as concorrentes de sempre, já detentoras do ainda frustrante serviço de 3G no país: a Vivo, a Claro e a Tim. Apenas essas três passarão a explorar os serviços, que usam dois tipos de frequências: 2,5 GHz para os grandes centros (a frequência é perigosamente próxima dos 2,4 GHz usados na TV por assinatura via satélite) e, em breve, 700 MHz para locais distantes. Com concorrência restrita, os preços dos pacotes serão salgados e permanecerão assim por algum tempo, cerca de 3 ou 4 anos (isso se o governo não criar condições desfavoráveis para isso). 

Ainda restam três meses para este ano terminar. Teremos de aguentar e levar a vida da melhor maneira possível. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mais um debate

Ontem, houve o penúltimo debate feito pela televisão, pela Record. 

Não posso escrever muito porque, desta vez, não assisti ao debate, por não conseguir a informação a tempo. Tudo o que posso escrever aqui é parte da repercussão criada. 

Desta vez Marina não foi bem. Desgastou-se facilmente com o tema da CPMF. Ela disse ter apoiado o imposto, na época da criação, no governo FHC, mas na verdade não fez isso. Poderia ter respondido que, na época, era petista e seguia a orientação do partido, mas isso iria estragar sua imagem de arauta da "nova política". De qualquer forma, foi lamentável ela dizer ter defendido uma excrescência, que era para ser provisória, mas representou uma sangria no bolso do povo e não ajudou em nada na melhoria da saúde pública. 

Dilma explorou bem as incoerências da campanha marinista, encurralando-a como uma loba faz com sua presa, mas também interpretou os fatos à sua maneira, tentando posar de estadista. Pregou "tolerância zero" com a corrupção, um mal que está escravizando a nação. 

Aécio aproveitou para atacar as suas adversárias, tentando reagir ao terceiro lugar. Atacou Dilma em pontos importantes, como o escândalo da Petrobras e as acusações de "privatização". Para Aécio, o PT privatizou a empresa, usando-a para fins particulares. Ele voltou a negar o fim do Bolsa Família, caso for eleito. Porém, sua atuação foi ofuscada pela agressividade de Dilma. 

Os nanicos tiveram chance de roubarem algumas cenas. A candidata do PSOL Luciana Genro criticou o membro do PV Eduardo Jorge por fazer "deboche" dela, ao perguntar sobre um tema ambiental (a "precificação" do carbono) e depois soltar um risinho, como se ela estivesse sonhando demais em querer a Presidência e não tivesse condições de tratar desse assunto. Ela, por sua vez, dirigiu-se a Levy Fidélix, do PRTB, sobre a questão da união homossexual. O "pai do aerotrem" fez declarações contrárias à homossexualidade, que repercutiram muito (e, infelizmente, mais do que as falas dos candidatos realmente com chance de serem eleitos) e lhe valeram acusações de homofobia.

Ainda há mais um debate antes da votação no primeiro turno, na Globo, cujo modelo é ainda mais engessado que os outros para despertar interesse, mas costuma ser o de maior audiência, apenas pelo fato de ser a maior emissora do país. Em tempo: eles poderão debater sobre dois assuntos terríveis:

1. Um ato que chocou Brasília e fez o país temer o terrorismo (ler AQUI). Felizmente, é mais uma ação desesperada de alguém descontente com o "esquerdismo" do governo e a impunidade dos "fichas sujas". Não foi um ato terrorista, com a intenção de explodir o Hotel St. Peter, aquele que chegou a dar emprego ao José Dirceu.

2. Este é ainda mais sério: as ações da Petrobras encolheram de valor fortemente (11%) com o risco atribuído a uma possível reeleição de Dilma, a Bovespa retraiu-se em mais de 4% e o dólar foi a R$ 2,45, maior valor durante este governo. Aécio e Marina precisam explicar como isso afeta a vida da população, para tentarem acuar a presidentA. 

Mafalda, a maior personagem da América Latina, faz 50 anos

Inspirado pelos personagens de Charles Schulz (Charlie Brown, Snoopy, Lucy e outros), o cartunista argentino Quino fez, há 50 anos atrás, seu alter-ego infantil, criticando as desigualdades sociais e as conturbadas relações humanas. Assim surgiu uma pequena menina pensadora e idealista com cabelos e olhos escuros, mas de pensamentos claros.

Mafalda é uma menina de seis anos que tenta entender o mundo dos adultos, sempre com uma crítica aguda e tentativas de rejeitar a sopa servida pela mãe. As primeiras tiras datam de 29 de setembro de 1964. Na verdade, ela foi criada dois anos antes.

Foi a personagem latino-americana mais influente do século XX, considerando, inclusive, a brasileira Mônica, criada um ano antes. A baixinha dentuça é bem mais conformista e ficou limitada ao universo infantil, enquanto a garotinha com fita no cabelo passou a ser debatida inclusive nos meios acadêmicos. Além disso, as tiras de Mafalda demoram a envelhecer, e seus temas ainda são atuais, enquanto as da Turma da Mônica, com todo o respeito devido ao Maurício de Souza, logo ficam datadas com o tempo.

Eis algumas tiras elaboradas pelo grande Quino.








quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Wolbachia, a nova arma contra a dengue

A Fiocruz, maior instituto de pesquisa biológica do Rio de Janeiro, lançou um novo método de combate à dengue: soltou, na semana passada, vários mosquitos Aedes aegyptii contaminados com a bactéria Wolbachia. 

Essa bactéria impede a instalação do vírus da dengue no organismo do inseto, e é transmitida por via reprodutiva, ou seja, o mosquito fêmea com a Wolbachia transmitirá o agente infeccioso para seus descendentes. 

Como afeta apenas os invertebrados, a Wolbachia é inofensiva para seres humanos e animais vertebrados (cães, gatos, gado, aves, etc.). Cerca de 70% dos pernilongos comuns, segundo a Fiocruz, já são contaminados com a bactéria e, portanto, esses incômodos insetos não fazem outra coisa a não ser sugar um pouco de sangue e incomodar os ouvidos. 

A ilustração abaixo mostra como é possível combater a dengue por este método: 

Cruzamento entre fêmeas e machos de mosquito Aedes aegyptii com e sem a bactéria Wolbachia, que imuniza o inseto contra a dengue (ilustração da Fiocruz)

Ou seja, se um mosquito macho sem a bactéria cruzar com uma fêmea contaminada, toda a prole estará com a Wolbachia e, portanto, imunizada contra o vírus da dengue. Caso uma fêmea não infectada cruzar com um macho já com a bactéria, os ovos não vingarão. 

Dessa forma, caso os resultados forem os esperados, o Aedes vai se tornar "apenas" um inseto chato sugador de sangue, e não mais uma ameaça à vida humana. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A moderna nau dos loucos

Existe uma alegoria sobre a "nau dos loucos" que ruma para lugar nenhum, criada no século XV a partir de um barco que leva doentes mentais para fora das cidades à beira do rio Reno, na Alemanha e na atual Holanda. A humanidade parece estar, agora, em situação parecida. 

Uma reunião da ONU foi feita para discutir as ações do Isis, um grupo assassino que transmite decapitações de reféns ocidentais e ameaça consolidar um Estado Islâmico que interfere no comércio do petróleo e distorce o Islã na sua sede para dominar uma boa parte do território da Ásia Ocidental. Diante desses aparentes loucos assassinos, os líderes ocidentais parecem atarantados. Coube a Barack Obama, presidente dos EUA, tentar convencê-los, para uma guerra com consequências imprevisíveis. Discursou, hoje, contra a sanha do Isis, dizendo que ele só entende a "linguagem da força". 

Nossa presidentA, com ideias diferentes, confundiu o Estado Islâmico com uma nação (para ser bem benevolente) e criticou os bombardeios na Síria e no Iraque, dizendo ser pela paz. Do jeito que ela discursou na Assembléia da ONU, parecia uma simpatizante do Isis ou simplesmente uma doida. Ela não estava discursando para brasileiros, e sim para representantes do mundo inteiro, e uma análise um pouco mais atenta da situação na Ásia Ocidental por parte da comitiva brasileira poderia evitar o que analistas consideram um verdadeiro vexame digno de "anão diplomático". 

Enquanto isso, a situação no leste da Ucrânia é ainda incerta, apesar de uma trégua em vigor. Há milhares de pessoas na região vivendo em condições terríveis, enquanto há algumas manifestações esporádicas de violência por parte dos separatistas (e também das forças ucranianas). Os pró-Rússia querem realizar eleições em novembro, para tentar consolidar a anexação ao gigantesco vizinho. 

Ainda está em vigor uma trégua, também frágil, entre Israel e o Hamas. Há esforços de ambos os governos para reconstruir as casas destruídas e minimizar a situação de milhares de palestinos vítimas do conflito. As diretrizes de Tel Aviv e do grupo radical palestino, porém, são totalmente diferentes. Israel não quer ver as residências se transformarem em abrigos para terroristas, como quer boa parte dos membros do Hamas. E o futuro da região continua nebuloso. 

Temos ainda a horrível situação de países da África Ocidental assolados pelo Ebola (Guiné, Libéria, Serra Leoa) e pela ação de radicais muçulmanos (Nigéria). Outros países africanos também são castigados com a violência, na Argélia (onde um francês foi decapitado por simpatizantes do Estado Islâmico), na República Centro-Africana, no Sudão do Sul, na Somália. 

Aqui no Brasil, a coisa também anda ensandecida. Em tempos de eleição, muitos temem novo pronunciamento de Alberto Youssef, que quer aproveitar os benefícios da delação premiada para falar mais sobre o que sabe a respeito da Petrobras e da Operação Lava-Jato, na qual foram envolvidos políticos, empresários e empreiteiros. Teme-se, mais do que a cadeia, a impunidade, o que poderia frustrar o eleitor e entregar o país a uma rotina de corrupção e crença na desonestidade como meio de vida. 

Por fim, não faltam promessas doidas para divertir os eleitores. Um candidato a deputado do Distrito Federal quer criar o "Kit Macho" e "Kit Fêmea" para ensinar as crianças os valores da sexualidade, supostamente ameaçados pela fúria homossexual. Outro, candidato de São Paulo, quer usar seus pretensos poderes para privatizar a USP. Um candidato gaúcho quer trabalhar pelos donos de carros rebaixados. E outras ideias semelhantes (ler mais aqui). 

O que irá fazer nossa espécie ter um pouco mais de juízo? Ou será que estamos mesmo à deriva nesta moderna "nau dos loucos"?

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ciclofaixas. Ótima ideia, mas...

... quem imagina que São Paulo se tornou um paraíso para os adeptos das "magrelas" está muito enganado.

Ciclofaixas têm a nobre missão de permitir o trânsito de bicicletas, um meio de transporte não poluidor e capaz de atingir boas velocidades, desde que o condutor (ciclista) se esforce. E haja esforço, no caso de São Paulo, uma cidade que não é plana: é preciso usar e abusar da transmissão (bicicletas normalmente tem de 18 a 21 marchas). 

Do jeito que as ciclofaixas estão sendo feitas, porém, há problemas, Elas se concentram nas áreas nobres da cidade e gente de outras áreas não conseguem acessá-las. Não houve estudos mais aprofundados sobre o impacto no trânsito, pois uma ciclofaixa sempre rouba espaço nas ruas e avenidas (o resultado disso são mais congestionamentos e violações dos espaços dos ciclistas). Além disso, a integração entre as ciclofaixas ainda é péssima, como se pode ver clicando AQUI

Apenas as ciclofaixas não vão adiantar a tirar os carros das ruas. Como já foi postado neste blog, o metrô é a melhor opção para o transporte de massa. Sem a ampliação da malha metroviária, os carros continuarão a encher as ruas e avenidas da nossa cidade. 


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

6 a 0

Há quase dois meses e meio, o Brasil assistiu a um 7 a 1 imposto pela Alemanha sobre o time de Felipão na Copa. Este acontecimento, o Mineiratzen, vai ficar para sempre na memória dos torcedores da Seleção Brasileira. 

Um placar parecido aconteceu no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. O Goiás recebeu o Palmeiras num duelo de alviverdes. Sem ter estrelas do porte de Schweinsteiger, Lahm, Klose ou Neuer, o limitado time do Centro-Oeste aplicou uma sonora goleada no time paulista, teoricamente superior mas com vários desfalques (o único nome de destaque foi o zagueiro, ex-capitão da Seleção, Lúcio, que também estava mal). Os 6 gols foram feitos por jogadores diferentes, nenhum deles sequer conhecido do Dunga, o técnico da Seleção: Ramon, Esquerdinha, Erik, David, Thiago Mendes e Welington Júnior. 

É a mesma diferença de gols (6). O Palmeiras nem conseguiu fazer um só tento para diminuir a humilhação. 

Tomar de 6 não é novidade para o time que acabou de fazer 100 anos de idade e teve muitas conquistas durante este tempo (entre os quais uma taça Libertadores da América em 1999, duas Copas do Brasil em 1998 e 2012, e vários Campeonatos Brasileiros e Paulistas, além de um Mundial no longínquo ano de 1951). 

Em 2011, na Copa do Brasil, o "Verdão" levou 6 a 0 do Coritiba no jogo de ida, pelas quartas-de-final, e a vitória por 2 a 0 não os salvou de serem cuspidos da competição. 

No ano passado, pelo Campeonato Paulista, os palmeirenses viram o time tomar de 6 novamente, para o Mirassol. Pelo menos neste caso fizeram dois gols. 



Alguns dos "memes" para ridicularizar o Palmeiras, divulgados na rede

O término do Campeonato Brasileiro está longe ainda, e Dorival Jr. ainda terá chance de reverter a situação e evitar o trauma de ser rebaixado novamente, após um 2012 horrível e um 2013 na série B. As partidas no reformado estádio, o Allianz Parque, poderão ajudar, mas é preciso algo mais, como bons resultados fora de casa e tropeços dos adversários diretos, que são muitos: Vitória (o próximo adversário), Chapecoense, Botafogo, Coritiba, Bahia e Crisciúma, mais o Figueirense e o Atlético-PR, que não estão tão longe do perigo, com 26 e 28 pontos, respectivamente, enquanto o Palmeiras tem 22 e está na lanterna. 

Outros nomes que têm motivos para lamentar são: 

- o Cruzeiro, que perdeu do Atlético-MG em pleno Mineirão, por 3 a 2, com direito a gols dos membros da seleção Ricardo Goulart (Cruzeiro) e Diego Tardelli (Atlético), mas quem definiu foi Carlos, do Galo; 

- o São Paulo, vice-líder, derrotado pelo Corinthians na Arena Itaquera em um jogo contestado, com acusações de favorecimento por parte do juiz Luís Flávio de Oliveira, que marcou dois penais duvidosos, cobrados por Fábio Santos; o placar ficou em 3 a 2, com gols de Guerrero (Corinthians), Souza e Edson Silva (São Paulo); 

- a Seleção Brasileira de vôlei masculino, comandada pelo Bernardinho, que até tentou opor resistência aos anfitriões poloneses na grande final do Mundial, mas não foram páreo para eles: por 3 sets a 1, os europeus ganharam o segundo título e afastaram o risco dos brasileiros estragarem a festa. 

Trocar o duvidoso pelo duvidoso

Existem provas cabais de que o PT errou demais na condução do nosso país e por isso, deve ceder lugar no Planalto, apesar das tentativas contundentes para destruir os adversários, principalmente Marina Silva.  

Por falar nela, as propostas de Marina realmente são vagas e incoerentes, como já acusou Aécio Neves, o outro concorrente, e também Dilma. Parecem oscilar conforme as pressões e circunstâncias. Seu plano de governo não apresenta a firmeza necessária, logo ele não pode ser considerado como tal. 

Mesmo o tucano não possui um projeto definido para melhorar o Brasil. O que ele, neto de Tancredo Neves, vai fazer de fato? Ele já adiantou que trará Armínio Fraga para comandar a economia e controlar a inflação, mas isso é pouco. Os tucanos não divulgaram um plano de governo, o que é um fator vital para um candidato à Presidência. Eles até definiram o prazo, antes do dia 15, que não foi cumprido. O PT nem prazo deu para o seu plano. Aliás, Dilma está com medo de divulgá-lo, com medo de uma repercussão negativa. 

No caso do PT continuar no poder, o risco dos desmandos continuarem ou se agravarem na Petrobras, no IBGE e outras instituições que constituem patrimônio público (e não pertencente a este ou aquele governo) é muito grande. Pode haver a implantação de uma lei para regular a mídia nos moldes desejados pelo partido, o que constituiria censura. A economia, mal conduzida por Guido Mantega, pode se deteriorar, mesmo com a saída dele. 

Contra esses riscos, existem as opções de votar em Marina e Aécio, mas a única certeza é que o PT vai deixar o Executivo. Tudo está nebuloso, e isso pode gerar muita insegurança e desamparo na população, que estará tentada a votar na continuidade, mesmo com os rumos atuais, para um futuro possivelmente amargo. 

Os brasileiros trocarão o duvidoso por algo igualmente duvidoso, mas com a oposição a se tornar governo, poderemos achar um caminho melhor para o país. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Em Juiz de Fora

Precisei ir para compromissos acadêmicos em Juiz de Fora, cidade de Minas Gerais, e por isso não pude postar. 

Houve uma exposição sobre engenharia na Expominas, a 12 km do centro da cidade. O local é ótimo para eventos, mas a localização não é boa, principalmente para quem não vai até lá de carro.

O local do evento

Passei os dias perto do local, numa pousada chamada Solar dos Vieiras, cuja dona, Zezé Vieira, foi muito atenciosa. O local é bastante agradável. 

Local de pernoite durante os dias do evento (16 a 19 deste mês).

Juiz de Fora é conhecida como a terra onde nasceu Itamar Franco, presidente do Brasil entre 1992 e 1994, conhecido pelo topete e por ser fã do antigo Fusca. A cidade se destaca pela vida noturna e pelos bares que servem o tradicional torresmo com cerveja ou cachaça mineira.

O Bar do Bigode, famoso na região

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fim de semana bom para o esporte

O último fim de semana mostrou partidas importantes no basquete, no tênis, no vôlei e no futebol. 

Ontem terminou o Mundial de Basquete e deu a lógica: os Estados Unidos venceram. Superaram a fortíssima seleção da Sérvia, a responsável pela humilhante derrota dos brasileiros por 84 a 56 nas quartas-de-final. Os sérvios conseguiram fazer mais pontos do que naquela partida: 92. Não foi o suficiente, pois os herdeiros do Dream Team fizeram 129, graças ao quarto final. 

Ao mesmo tempo, Thomas Bellucci redimiu-se das críticas sofridas ao longo da carreira e venceu o espanhol Roberto Bautista Agut por 3 sets a 1 (6-4 / 3-6 / 6-3 / 6-2). Agut está muito melhor posicionado no ranking mundial (décimo quinto, contra octagésimo terceiro). Mesmo assim, foi surpreendido e Bellucci foi o herói da disputa pela vaga na Copa Davis. Em 2015, os brasileiros voltam à elite, e a Espanha, pátria de Rafael Nadal (que não participou), vai amargar mais um ano fora. 

 Thomas Bellucci calou os críticos e virou o herói na disputa pela vaga na Copa Davis (Fernando Dantas/Gazeta Press)

No vôlei, mais show de brasileiros, que venceram os arqui-rivais russos por 3 sets a 1, parciais de 25-21, 24-26, 25-19 e 25-19. Tornaram-se líderes da chave e agora vão enfrentar novamente os russos na parte final, e também os anfitriões poloneses, no Mundial de Vôlei Masculino. 

Finalmente, temos o esporte que mais gerou vergonha no Brasil, o futebol. Houve muitas partidas no Campeonato Brasileiro, destacando a vitória do São Paulo contra o líder Cruzeiro por 2 a 0. O primeiro gol foi de pênalti (o zagueiro Dedé cometeu falta na área contra Ganso, e ambos são postulantes a uma vaga na Seleção) e o "velho" goleiro-artilheiro Rogério Ceni converteu. O segundo foi de Alan Kardec no segundo tempo. No mais, vale destacar o gol irregular de Wallace do Flamengo sobre o Corinthians e, no sábado, a humilhação sofrida pelo Palmeiras contra o Fluminense (3 a 0, com dois gols do famigerado Fred e outro do argentino Conca).

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

No dia 11 de setembro, clima político do Brasil é assustador

Hoje, há 13 anos atrás, barbudos lunáticos que se diziam seguidores de Alá derrubaram as Torres Gêmeas, marcando o início de um século que deixa feridas abertas e infecciosas na humanidade. No Brasil, não havia o clima de paranoia que tomou conta dos países mais desenvolvidos, e sim um certo descontentamento com o governo FHC, que acabou culminando com a eleição de Lula e suas consequências. Lula era o candidato da esperança contra o medo. 

Isso foi em 2001 e 2002. Em 2014, o clima eleitoral mudou. O partido da esperança, vulgo PT, virou o partido do medo. Seu maior rival é uma mulher e ex-petista, Marina Silva, a nova representante da esperança com tom messiânico, para tentar acalmar um país aterrorizado. 

A economia está em perigo de entrar em recessão. Sofremos com a violência. Escândalos de corrupção continuam e a certeza da impunidade contra os ladrões do NOSSO DINHEIRO só aumenta. O mais recente escândalo envolvendo a Petrobras parece tão nebuloso e, ao mesmo tempo, horrível, que se for verdade, o PT realmente ultrapassou os limites da ânsia de poder, e se for mentira, o PSDB passa a ser visto como terrorista eleitoral. 

Por outro lado, a Comissão da Verdade, criada sob iniciativa dos petistas, está criando atritos com os militares devido à reabertura do caso Rubens Paiva, assassinado pela ditadura, e alega que o crime de ocultação de cadáver não é coberto pela Lei da Anistia, e estranhamente a reação dos homens fardados é de silêncio, uma atitude que tanto indica prudência quanto estratégia de luta - pois os guerreiros mais mortíferos são os que agem em silêncio. Enquanto isso, a Comissão não investigou (e nem vai investigar, pelo visto) os abusos dos guerrilheiros que lutaram contra a ditadura. Boa parte desses militantes acabou formando o PT. 

Na campanha eleitoral, Dilma acusa Marina de destruir a política do pré-sal, de arruinar as relações comerciais com grandes países como a China (devido ao viés menos tolerante com as ditaduras por parte da "neo-peesebista") e mostrar as relações entre a candidata e os bancos. Neste último caso, a situação das instituições financeiras nunca é tão favorável, impondo mais uma contradição nas acusações petistas. 

Aécio tenta mostrar as duas como nocivas ao país. Para ele, Dilma era inexperiente quando assumiu o país, e o arruinou. Marina, atualmente, é inexperiente na prática de administrar, e pode fazer tanto estrago quanto Dilma. Ele e Dilma concordam que Marina parece uma Collor de saias, posando de salvadora da pátria. 

Nas disputas estaduais, também reina a desolação. De forma geral não há animação dos eleitores quanto aos candidatos aos governos. Apenas dois Estados chamam a atenção da imprensa. São Paulo e Rio de Janeiro. 

São Paulo garante a reeleição para Geraldo Alckmin, mesmo com a pior crise de abastecimento de toda a história, desde que os índios passaram a habitar este território que viria a ser o Estado "bandeirante". Isso porque os eleitores não veem Skaf como uma opção viável, e Alexandre Padilha enfrenta altíssimo (36%) nível de rejeição. O Estado sofre com a crise de abastecimento, que pode afetar seriamente a economia do Estado e do país, agravando o pessimismo de uma população oprimida pela violência, má educação, problemas ambientais e sociais seriíssimos e por cidades com trânsito hiper-congestionado. 

No Rio, disputam o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) contra Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB), e todos os três são vistos da pior forma possível por muitos eleitores, piores do que a Geni da canção do Chico Buarque, mais como aproveitadores de uma situação sócio-econômica terrível, com favelas, criminalidade e falta de infra-estrutura decente não resolvida nem com o dinheiro do pré-sal. 

Ou seja, não há motivo para esperança por parte dos eleitores. O medo de um futuro distópico no Brasil é justificável. 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nova pesquisa mostra queda de Aécio

A divulgação do megaescândalo da Petrobras envolvendo o ex-presidente da empresa Paulo Roberto Costa e diversos membros dos partidos aliados do governo, como o ministro das Minas e Energia Edison Lobão, os governadores Sérgio Cabral, Roseana Sarney e Eduardo Campos (o mesmo presidenciável que morreu para dar lugar a Marina) e os presidentes do Senado (Renan Calheiros) e da Câmara (Henrique Alves) não significou menos votos para a presidentA. 

Pelo contrário: a pesquisa CMT/MDA mostrou hoje aumento das intenções de voto nela, de 34,2% para 38,1%. Por outro lado, Marina Silva aumentou ainda mais seu cacife: foi de 28,2% para 33,5%. O tucano ficou ainda mais em desvantagem, pois as intenções de voto para ele caíram: 16,0% em agosto contra 14,7% agora. 

Parte da explicação está na diminuição do número de indecisos, de 10,0% para 5,7%, mas também da maneira desastrosa como foi feita a denúncia, com apenas um depoimento feito à revista Veja, sem documentos que sirvam de provas. Cabe à Justiça investigar o caso, pois se isso for realmente verdade é um escândalo pior do que o Mensalão. Caso contrário, parece mau costume da nossa política, remetendo aos tempos anteriores à Inconfidência Mineira. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mundo furioso

Nos jornais e na Internet, as notícias sobre violência continuam a preocupar não só no Brasil mas também em várias partes do mundo. 

Muita gente acompanha a escalada da violência nas grandes, médias e pequenas cidades. Esta deveria ser uma das metas de campanha dos nossos candidatos a deputado, governador, senador e presidente. Eles falam em redução da maioridade penal, controle das fronteiras, endurecimento do Código Penal, mas tudo isso são palavras, à espera do que realmente será feito. 

Por enquanto, estas e quaisquer outras propostas ficaram em segundo plano, diante do escândalo envolvendo a Petrobras e vários nomes do PT, PMDB, PSB e outros partidos. A denúncia de Paulo Roberto Costa é explosiva, mas diante da atual situação, pode parecer mais uma tentativa do PSDB e seus aliados de, com uma denúncia de mega-escândalo, tentar reagir. Mas isso vou comentar em outra postagem. 

Enquanto isso, crimes de trânsito, latrocínios, estupros e até decapitações em presídios continuam a acontecer. 

Por falar em decapitações, o Isis, que criou o tal "Estado Islâmico", continua a fazer isso e mais outras manifestações de brutalidade insana. Na visão do Ocidente, parecem práticas oriundas do século XIII, quando Genghis Khan aterrorizava a Ásia e a Europa com seu império mongol. Por enquanto, os terroristas radicais têm posse de parte da Síria e do Iraque, mas os EUA se empenham em tentar conter este perigo, que pode afetar a geopolítica do mundo inteiro. Infelizmente, os aliados europeus ainda relutam e só a Liga Árabe e mesmo o Irã, inimigo do Isis por eles serem sunitas, estão dispostos a destruir a ameaça. 

O assassinato do jornalista americano Steven Sottloff, na semana passada, é só um exemplo da crueldade dos fundamentalistas islâmicos, que promoveram outras decapitações, além de crucifixões e uso de crianças como pessoas-bomba

Outra manifestação de fúria é na Ucrânia e na Rússia. O governo russo subiu o tom novamente, e ameaçou fechar o espaço aéreo para os países europeus e os EUA, caso as novas sanções anunciadas pelo Ocidente sejam impostas, como impedir a compra de ações de empresas russas e a suspensão de transferência de tecnologia militar para o gigante. Essas medidas dependem da obediência ao cessar fogo anunciado semana passada. 

Há um clima de tensão ainda em outro lugar, envolvendo Israel e a Faixa de Gaza. Existe um armistício em vigor, mas ninguém acredita que isso vá perdurar por muito tempo. Por enquanto as partes estão negociando e mantendo o acordo, firmado no final do mês passado. Recentemente, o líder palestino Mahmoud Abbas, irritado com o radicalismo de seus colegas de Gaza, ameaçou-os com o fim da união entre o al-Fatah e o Hamas. 

Soma-se a isso um atentado terrorista em um local bem distante desses lugares, em Santiago, no Chile, onde novos pessoas foram feridas na explosão de um vagão de metrô, próxima à estação Escuela Militar. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Candidatos para não votar em 2014

Existem duas categorias de políticos que não merecem votos: os enquadrados pela Lei da Ficha Limpa e os "puxadores de votos". 

No primeiro grupo, estão verdadeiros representantes do pior aspecto na política, valendo-se da corrupção, apropriação indébita do NOSSO DINHEIRO e até crimes como tráfico de drogas e assassinatos. Votar em Maluf, José Roberto Arruda, Collor, Garotinho, os Barbalho, os Sarney, os mensaleiros do PT, é declarar-se satisfeito com o Brasil "do jeito que está". Muitos se perguntam se votar pelo atual sistema eleitoral adiantaria alguma coisa, mesmo porque os nomes já citados tem eleitorado cativo, mas pelo menos é melhor do que anular o voto. 

Já o segundo grupo é o dos tradicionais "puxadores de voto", ou seja, gente usada como instrumento para eleger outros candidatos, aproveitando-se do "quociente eleitoral" a que os partidos tem direito. Elege-se um "puxador de voto" e outros também vêm de brinde. São, de novo, os artistas, celebridades e figuras bizarras. Além do célebre Tiririca (PR), temos Marcos Pontes (o astronauta brasileiro, candidato pelo PSB), Jorge Kajuru (PRP), Ricardo "cigano Ígor" Macchi (PTB), Sula Miranda (PRB), Kleber Bambam (PRB), Castrinho (PRB), Marcelinho Carioca (PT) e outros famosos que querem induzir o eleitor a votar errado. Ainda há outros tipos, ainda mais grotescos, como Kid Bengala (PTB), Batman Capixaba (PHS), Neymar Cover (PV), Toninho do Diabo (Solidariedade) e até Jesus (PMN). 

Fiz uma postagem em 2010 explicando por que não se deve votar em candidatos assim. Infelizmente, outros blogs também mostram o perigo representado pelos maus candidatos, e mesmo assim eles são colocados lá, nas Câmaras estaduais, no Congresso e nos governos dos Estados. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Uma versão do 'Pai Nosso' na Venezuela

Mais uma ideia brilhante lançada pelo presidente da Venezuela Nicolás Maduro mostra o grau de fanatismo de seu governo à figura de Hugo Chávez: uma versão do Pai Nosso. 

Parece obra de alguém fugido de um manicômio judiciário. A oração tradicional católica virou um pastiche.

“Chávez nosso que estais no céu, na terra, no mar e em nós, delegados e delegadas. Santificado seja teu nome. Venha a nós teu legado para levá-lo aos povos daqui e de lá."

“Dai-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia e não nos deixes cair na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da oligarquia, do crime do contrabando. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e séculos. Amém. Viva Chávez.”

Nem Stalin ousou tanto na tentativa de transformar o socialismo em religião. Ele não teria coragem de adotar algo tão grotesco.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mais um debate dos presidenciáveis

O último debate entre os candidatos à Presidência terminou agora há pouco com uma tendência: segundo turno inédito entre duas mulheres. Foi um trabalho conjunto do UOL, da Folha, do SBT e da Jovem Pan. O debate foi mediado pelo jornalista Carlos Nascimento, e transmitido pelo canal do Sílvio Santos. 

Marina Silva teve de responder perguntas sobre casamento gay, aborto, independência entre Estado e religião, autonomia do Banco Central (algo defendido por ela) e o avião usado por Eduardo Campos no momento do acidente que lhe tirou a vida, comprado de forma irregular. Ela estava melhor do que no primeiro debate. Já Dilma, outra vez acuada, teve de se defender novamente, reafirmando seu compromisso com o crescimento econômico e o controle da inflação, já que os adversários aproveitaram para questionar os números da economia, que apontam para uma recessão técnica. Ela voltou a culpar o ambiente externo e a falta de chuvas. 

Aécio Neves ficou em segundo plano, e teve o constrangimento de debater assuntos com os micro-candidatos (como o "aerotrem" Levy Fidelix e o "maluco" Eduardo Jorge), com mais frequência do que suas maiores adversárias. Mesmo assim, fez ataques duros, e acusou Dilma de repetir as mesmas promessas feitas em 2010. Repetiu sua fórmula de dar seus recados com segurança e elegância, mas não será desta vez que vai conseguir reverter sua desvantagem. 

Além de Fidelix e Jorge, a ultra-radical Luciana Genro e o pastor Everaldo mais uma vez ficaram em segundo plano.