terça-feira, 28 de abril de 2015

Trataram a execução de Gularte como tragédia

Rodrigo Gularte foi fuzilado hoje na ilha de Nusakambangan juntamente com outros estrangeiros, a maioria de origem africana, por tráfico de drogas. Ele estava preso desde 2004, quando foi flagrado com 6 kg de cocaína escondidos em sua prancha de surfe.

O governo interveio pessoalmente na questão, alegando ser um cidadão brasileiro que sofre de esquizofrenia. Ele foi examinado, mas as autoridades indonésias alegam que a suposta doença mental não justificava o perdão.

O paranaense Rodrigo Gularte (ao centro) foi preso em 2004 por porte de cocaína e condenado à morte no ano seguinte, para ser executado hoje (Dita Alangkara/AP)

Por aqui no Brasil, trataram a morte dele como algo catastrófico, mesmo sabendo que, no Nepal, também na Ásia, quase 5.000 pessoas morreram, devido a um violento terremoto, de 7,9 graus na escala Richter, que destruiu boa parte do país e também matou gente na vizinha Índia. Dezenas de brasileiros poderiam ter sido vitimadas, também, mas felizmente não foram atingidas. 

Se o governo lamenta a perda da vida de um brasileiro, deveria saber que outro, muito mais relevante para o país, também acabou de morrer. Antônio Abujamra foi vítima de um infarto, aos 82 anos. O inesquecível Ravengar da novela Que Rei Sou Eu, além de participar de várias peças de teatro e alguns filmes, e ser um dos artistas perseguidos pela ditadura militar. Ultimamente, estava fazendo o programa Provocações, onde ele entrevistava outras personalidades. 

Outras mortes brutais acontecem por aqui por causa da falta de segurança e violação às leis. Muitos assassinatos são cometidos justamente devido ao tráfico de drogas. 

Rodrigo Gularte pagou por ter tentado embarcar com cocaína num dos países que castigam mais severamente o tráfico de entorpecentes. O fato deles serem lenientes com outros crimes, como terrorismo e violência contra mulheres, não é a questão a ser debatida neste tema. Na Indonésia, a lei foi cumprida. 

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