Ao acompanhar a tragédia pela qual o Rio está passando, com violência, balas perdidas, mortes de crianças e mulheres grávidas, o presidente Temer precisou agir, decretando uma intervenção federal no Estado fluminense.
Longe de afastar o governador Luiz Fernando Pezão, o governo federal retirou provisoriamente o comando sobre a segurança pública local, que não conseguiu controlar o descalabro, fruto de anos de populismo, incompetência, desídia, clientelismo e complacência com o "poder paralelo" formado pelas milícias e pelos traficantes de drogas, todos criminosos que impuseram sua ditadura sobre muitas favelas.
Por isso, houve acusações da oposição, apontando o caráter eleitoreiro do Planalto, visando uma possível candidatura à reeleição de Temer. Boa parte dos políticos cariocas fizeram críticas, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, representante daquele Estado, vinculando a intervenção aos votos na reforma da Previdência, pois uma intervenção veta qualquer mudança na Constituição (Temer já adiantou que irá suspender a intervenção durante as votações no Congresso - e isso parece uma idiossincrasia deste país, embora seja perfeitamente dentro da lei). Houve até quem apontasse o dedo para a Globo, considerada responsável pela "difamação" da "Cidade Maravilhosa" ao explorar a violência e a barbárie mesmo em tempos de Carnaval.
Jair Bolsonaro, candidato favorito dos defensores da "linha dura" para os criminosos, chamou a intervenção de "piada", mostrando ser, antes de tudo, um político carioca. Enquanto isso, alguns analistas políticos, como o jornalista Marco Augusto Gonçalves, o MAG, dizem que a medida é uma solução típica do ex-capitão do Exército.
Toda essa celeuma faz parte das disputas eleitorais deste ano, mas antes de tudo é preciso pensar nos cidadãos do Estado do Rio. Que alternativa havia à intervenção federal? É um paliativo, sem dúvida, e não vai resolver o problema da segurança no Rio, mas é melhor do que as medidas inócuas tomadas até esta data.
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