terça-feira, 27 de novembro de 2018

Da série 'Proteção na Tomada', parte 1 - Filtros de linha

A energia elétrica fornecida para nossas casas está cheia de problemas, causados pelo desgaste natural dos componentes elétricos, como fios, conexões, fusíveis, disjuntores e transformadores, e pela relativamente pouca robustez no fornecimento, vulnerável a raios e interferência eletromagnéticas, e nem sempre contando com a manutenção adequada da rede, além do perigo das instalações elétricas clandestinas, conhecidas como "gatos". 

Alguns perigos capazes de ameaçar os equipamentos eletrônicos dentro das residências são: 

- ruidos, causados por interferências eletromagnéticas desencadeadas por torres de transmissão, lâmpadas fluorescentes, eletrodomésticos; os ruídos possuem frequência bem maior do que a fornecida pela rede (60 Hz, no Brasil);

- transientes, ou seja, variações do sinal elétrico, que deixa de ter um formado de onda (ou senoide) uniforme e regular; são causados por motores elétricos de alta potência e transformadores elétricos;

- picos de tensão, causados por descargas elétricas e curto-circuitos; a tensão (voltagem) normal das casas é de 127 V ou 220 V, mas pode sofrer aumento repentino; 

- subtensão, quando a tensão fornecida pela concessionária fica abaixo da especificação, ou seja, quando ela fornece tensões de 100 V ou menos para uma rede de 127 V; ocorre também quando há presença de "gatos", comprometendo o fornecimento de energia para as outras residências.

Filtros de linha estão entre os equipamentos mais utilizados para a proteção de aparelhos eletrônicos, principalmente consoles de videogames e computadores, devido ao seu baixo preço. 

Seu circuito elétrico é constituído de um ou mais fusíveis para impedir os efeitos das sobretensões e do excesso de corrente elétrica, e varistores ou VDR's, resistores especiais que variam a resistência (isto é, permitem mais ou menos corrente) de acordo com a tensão. Esses varistores são os componentes principais para a filtragem dos sinais, juntamente com capacitores e, em vários casos, também indutores (bobinas). 

Isso garante um nível de proteção mínimo contra surtos e transientes, mas geralmente os tempos de resposta são grandes, isto é, são relativamente "lentos" para atuar, e não há um dispositivo especial para desviar o excesso de corrente para o terra, chamado de DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), salvo nos modelos mais sofisticados e caros. Neste caso, funcionam melhor quando existe um sistema de aterramento, algo nem sempre presente nas casas (este blog vai abordar este problema em uma nova postagem). 

Esquema simplificado de um filtro de linha (do site Conserto DE)

Princípio de funcionamento de um DPS industrial; os presentes em filtros de linhas são de pequena capacidade, e são acoplados a microdisjuntores (do site Citisystems.com.br)

Os filtros de linha, portanto, não são a melhor solução para proteger equipamentos eletrônicos. Na próxima postagem, o blog abordará o estabilizador de tensão, destacando suas vantagens, ou mesmo desvantagens, sobre os melhores filtros de linha.

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