sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Da série 'Proteção na Tomada', parte 2 - Estabilizadores

Continuando a série sobre os dispositivos para proteção elétrica, este blog vai abordar os estabilizadores. 

Existe um questionamento a respeito da diferença entre esses aparelhos e os filtros de linha, mais baratos. Os estabilizadores, para o controle dos chamados transientes (irregularidades no sinal elétrico, em forma de onda ou senoide), utilizam um transformador embutido, para fornecer a tensão correta. Isso é controlado com a ajuda de relés, conforme a ilustração abaixo: 

Esquema básico de um estabilizador usado em computadores (do site Eletrecidade.com)

Os relés R1 e R2 são acionados por um circuito de controle, sendo ativados ou desativados para o primário do transformador ter um número de espiras, ou "enrolamentos", compatível. Para uma tensão de saída igual à de entrada, a relação entre o número de espiras do primeiro e do secundário (a parte do transformador ligada à saída) é de 1:1. Se a relação for 2:1, a tensão de entrada é de 220 V e a de saída, 110 V. 

Numa relação 1:1, o relé R1 é acionado (fechado), curto-circuitando parte do transformador e só deixando ativas as espiras entre o ponto de saída do circuito supressor de surtos (uma combinação de indutores, capacitores, resistências e ao menos um varistor) e o ponto A da ilustração. O relé R2 é mantido aberto (desativado). Para quedas de tensão na rede, o relé R2 é ativado e o relé R1 é desativado, diminuindo o número de espiras válidas no primário. 

Normalmente, um bom estabilizador teria mais relés, pelo menos quatro, para ajustar adequadamente a tensão no transformador. Assim, teoricamente, o estabilizador serviria também para resolver problemas de subtensão, algo que os filtros de linha não fazem. 

Muitos técnicos dizem que eles não são eficazes para controlar efetivamente os transientes e as variações de tensão, pois o tempo de resposta dos relés, que são componentes eletromecânicos, é geralmente lento, e o filtro supressor de surtos pode também não impedir transientes muito intensos. 

Assim, existem outras soluções melhores do que o estabilizador. Um deles é o no-break, assunto de uma próxima postagem. 

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